Na confusão das ruínas

Foto
Jimi Hendrix (1942-1970) Michael Ochs Archives/Getty Images

Sempre que passo por Entrecampos, regressa a multidão que aguardava pelos autocarros dos subúrbios. Não é a única memória e a mais alegre do lugar. Outra vem mais colorida, a reboque do tilintar das máquinas, do sopro veloz dos carris, do burburinho da juventude. É a da Feira Popular que, risonha, me anunciava o início das Férias. Risonha é verdade e, todavia, nem sempre gentil. Ao contrário dos meus primos, eu evitava a rua (ou seria a avenida?) das casas-fantasma. Os bonecos pareciam-me demasiados reais e temia o que se escondia no interior daqueles casas: monstros. Agora nem monstros, nem casas-fantasmas, menos ainda montanhas-russas. Antes, uma planície vazia da qual foram arrancadas todas as ruínas.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar