Governo vai apoiar municípios afectados pelo mau tempo

Os municípios deverão avaliar os prejuízos, se possível, até ao final do ano, tendo ficado como data limite o dia 15 de Janeiro.

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Os comerciantes contabilizam agora os prejuízos Guillermo Vidal

O Governo vai apoiar os municípios da Grande Lisboa afectados pelo mau tempo desde quarta-feira à noite, devendo as autarquias fazer o levantamento dos prejuízos até, no máximo, 15 de Janeiro, anunciou nesta sexta-feira a ministra da Presidência.

"Os apoios dependem sempre do levantamento dos danos", disse Mariana Vieira da Silva, salientando que os municípios, em articulação com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo, deverão avaliar os prejuízos, se possível, até ao final do ano, tendo ficado como data limite o dia 15 de Janeiro.

A governante falava aos jornalistas no final de uma reunião com os autarcas da Área Metropolitana de Lisboa (AML) para avaliar o impacto das cheias registadas na quarta-feira à noite, que contou com a presença de 11 dos 18 municípios da AML: os nove da margem norte do rio Tejo - Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra e Vila Franca de Xira -- e dois da margem sul - Seixal e Almada.

Não participaram na reunião, que decorreu na sede da AML, em Lisboa, sete municípios da margem sul: Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Sesimbra e Setúbal.

Da parte do Governo, além da ministra da Presidência, estiveram presentes a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e os secretários de Estado da Protecção Civil, Patrícia Gaspar, e da Economia, Pedro Cilínio.

Acelerar contabilização de prejuízos

A presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa disse que o levantamento das ocorrências causadas pela intempérie "está nas mãos dos autarcas" e apelou a que se acelere esse trabalho.

"Agora compete-nos a nós, autarquias, depois destes dois dias mais difíceis (...), fazermos a quantificação, fazermos o levantamento, para, tão rapidamente quanto possível, naturalmente com o apoio do Governo, podermos chegar às soluções e às pessoas que mais delas necessitam", disse aos jornalistas Carla Tavares, no final da reunião com o Governo.

Os levantamentos "estão a ser feitos já, por todos os municípios", assegurou, notando que compete às câmaras municipais "acelerar o trabalho" para, "tão rapidamente quanto possível, ter as respostas adequadas" a cada um dos municípios afectados.

"Quanto mais depressa conseguirmos trabalhar e dar resposta, mais rapidamente o Governo consegue disponibilizar os apoios. Isso está nas mãos dos autarcas neste momento", assinalou a também presidente da Câmara Municipal da Amadora (eleita pelo PS).

Carla Tavares considerou a reunião desta sexta-feira com a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e com 11 municípios da Grande Lisboa afectados pelo mau tempo "muito importante" e de partilha de "preocupações".

Os 11 municípios presentes na reunião foram convocados considerando os dados das ocorrências da Protecção Civil, apesar de ter sido dada a possibilidade de os restantes também comparecerem, se assim o entendessem, explicou a ministra.

Questionada sobre os danos concretos, a autarca sublinhou que "ainda hoje de manhã estavam a acontecer situações em municípios", desde logo naquele que dirige, a Amadora, onde se registaram "derrocadas" em resultado da intempérie de quarta para quinta-feira.

"Só podemos falar de valores quando tivermos o levantamento feito", disse, adiantando que "não há muitas situações identificadas" de realojamento de pessoas e recordando que existem mecanismos para responder a essas necessidades à disponibilidade dos municípios.

Garantindo que "os serviços estão empenhadíssimos" e que todos os autarcas querem "rapidamente ter as situações quantificadas", Carla Tavares frisou que "ainda estão coisas a acontecer no terreno" e sublinhou que os territórios da Área Metropolitana de Lisboa registaram níveis de ocorrência e de gravidade "diferentes" em resultado do temporal.

Ao mesmo tempo, lembrou, as autarquias têm de "pôr as equipas na rua" para "garantir a protecção de pessoas e bens atendendo às situações que se esperam, em particular para sábado".

Os 18 municípios que compõem a Área Metropolitana de Lisboa "têm hoje uma rede estruturada de protecção civil municipal", destacou a autarca, lembrando, simultaneamente que "cada um de nós é agente de protecção civil".

Desde a noite de quarta-feira, o mau tempo, associado à chuva intensa, provocou várias inundações, o que motivou o corte de estradas, túneis e acessos a estações de transporte, assim como danos em estabelecimentos comerciais, habitações e veículos, causando elevados prejuízos.

Há a registar a morte de uma mulher, em Algés, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, e dezenas de pessoas desalojadas.

Durante a noite de hoje, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil registou em Portugal continental uma centena de ocorrências relacionadas com o mau tempo, a maioria das quais na cidade de Lisboa.

Os distritos de Faro, Leiria, Lisboa, Santarém e Setúbal estiveram, esta madrugada, sob aviso laranja, o segundo mais grave do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), devido à previsão de chuva forte.

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