Nuno Estêvão: “Visão tradicional da Igreja assentava como uma luva ao regime”

Por duas vezes, Paulo VI marcou distâncias com Salazar e Marcelo Caetano. Ao ir a Fátima sem visitar Lisboa e quando recebe os líderes dos movimentos de libertação da Guiné, Angola e Moçambique.

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D. António Ferreira Gomes, bispo do Porto, votando em democracia Lusa

Ainda antes das vigílias pela paz nos fins de 1968 e 1972, na Igreja de S. Domingos e na Capela do Rato, ambas em Lisboa, já alguns católicos tinham marcado na década de 60 do século passado o seu afastamento das políticas do Estado Novo então dirigido pelo presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar. Da carta ao ditador, que valeu o exílio ao bispo do Porto, ao Manifesto dos 101, assinado por diversas personalidades católicas. Eram sectores minoritários na Igreja que criticavam a postura cúmplice da hierarquia. A maioria manterá uma posição dissidente até à Revolução dos Cravos, em 25 de Abril de 1974. “A visão tradicional da Igreja assentava como uma luva ao regime”, considera, ao PÚBLICO, Nuno Estêvão Figueiredo, professor de Sociologia e membro do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica.

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