O Ocidente mandou “várias vezes a Rússia para o diabo”

O historiador russo Yuri Slezkine, estudioso da criação das nacionalidades que compunham a União Soviética, diz que os cálculos que levaram a Rússia a invadir a Ucrânia estão a mostrar-se errados.

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Depois de ter vivido em Lisboa no início dos anos 1980, Yuri Slezkine esteve na capital para uma conferência sobre o império soviético

Cai uma chuva miúda e persistente, mas Yuri Slezkine faz questão de atravessar o jardim do Museu Nacional de Arte Antiga para ver a paisagem sobre o rio Tejo. “Com sol é mais bonito”, advertimos. “Assim, também é”, responde, enquanto fotografa a paisagem enevoada. Antes de ser um reputado historiador, Slezkine era um jovem com muita curiosidade em conhecer o mundo que existia além da União Soviética, onde nascera. Em 1978, viajou pela primeira vez para o estrangeiro, tendo passado uma temporada em Moçambique, onde trabalhou como tradutor. Em 1982, viveu alguns meses em Lisboa, antes de rumar em definitivo para os EUA, onde iniciou uma longa carreira académica. Regressou a Portugal, agora como professor da Universidade de Berkeley, para participar na conferência da Culturgest Russia: Imperial breaks and continuities, organizada pelo Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.

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