Qatar proíbe venda de cerveja nos estádios

O pedido partiu da família real do Qatar e poderá criar um problema financeiro com um dos principais patrocinadores da competição.

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No Qatar, o consumo de álcool é bastante restrito e a bebida pode ser consumida apenas em alguns hotéis da capital Georg Arthur Pflueger

As autoridades do Qatar decidiram banir a venda de cerveja nos estádios onde se realizam os jogos do mundial de futebol, segundo avançam o jornal The New York Times e a Sky News.

A decisão sobre a proibição da venda de cerveja foi confirmada, na manhã desta sexta-feira, ao The New York Times por uma fonte ligada ao evento que pediu para não ser identificada por não estar autorizada a falar com os meios de comunicação social e porque as autoridades do Qatar ainda estão a preparar o anúncio oficial.

A recente decisão poderá criar um problema financeiro com um dos principais patrocinadores da competição, a marca de cerveja Budweiser (cujo acordo de patrocínio ronda os 75 milhões de dólares), que poderá exigir uma indemnização milionária.

Além disso, a medida irá enfurecer ainda mais os adeptos que já estão irritados com todas as restrições e implicará um esforço da organização, uma vez que faltam apenas 48 horas para o jogo de abertura do torneio, no domingo, entre o Qatar e o Equador.

Segundo uma fonte da FIFA, citada pelo New York Times, “os portadores de bilhetes terão acesso aos produtos Budweiser, Budweiser Zero e Coca-Cola dentro do perímetro do estádio” durante pelo menos três horas antes dos jogos e uma hora depois.

A cerveja estará, contudo, disponível em camarotes reservados para dirigentes da FIFA e outros convidados.

De acordo com o mesmo jornal, as tendas vermelhas de venda de cerveja da Budweiser poderão ser substituídas por tendas brancas sem qualquer alusão à marca e as arcas frigoríficas de cor vermelha substituídas por arcas azuis, a cor associada à marca da cerveja sem álcool (Budweiser Zero).

O Qatar tinha já exigido à FIFA que deixasse de vender cerveja nos estádios — um pedido que partiu da família real do Qatar ​—, segundo notícia avançada pelo jornal britânico The Times.

O consumo de álcool no Qatar, um país muçulmano e conservador, é bastante restrito e a bebida pode ser consumida apenas em alguns hotéis da capital. Durante o Mundial, a ideia era afrouxar um pouco estas medidas de restrição, mas o álcool continua a não ser vendido em supermercados e os preços das bebidas podem alcançar valores muito elevados — um litro de cerveja chega a custar mais de 13 euros.

Durante o campeonato, hotéis, zonas de fãs e estádios criaram períodos específicos em que é permitida a venda de álcool, embora com limitações, como a impossibilidade de comprar mais de duas cervejas ao mesmo tempo.

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