Dry Cleaning são a voz surreal-realista destes tempos

Stumpwork, o segundo álbum da banda inglesa, soa mais pacifico, luminosamente indie, mas isso só acentua o sarcasmo das letras e o cansaço lacónico de Florence Shaw.

Foto
Dry Cleaning Ben Rayner

Things are shit, but they’re gonna be okay”, canta, ou melhor, diz Florence Shaw em Kwenchy Kups, a segunda canção do segundo álbum dos Dry Cleaning. Ora então, juntemos as mãos, abramos o melhor sorriso que décadas de publicidade nos legaram e juntemos a nossa à sua voz: vai ficar tudo bem! “And I’m gonna see the otters”, continua Shaw, voz lacónica, descritiva, enquanto somos transportados num idílio feliz de guitarra luminosa, à Johnny Marr via Byrds, enquanto sentimos o ritmo discreto da bateria, que soa menos a bateria que a acumulado de bibelots caseiros usados como percussão. Um balanço indie da velha guarda, imaculado, mas que não é exactamente uma canção e que não soa certamente a música ambiente.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 1 comentários