Benfica vence Gil Vicente. Os invencíveis de Schmidt, capítulo 25

Perante gilistas atrevidos, as “águias” venceram no Estádio da Luz para a I Liga, por 3-1, somando o 25.º jogo na época sem qualquer derrota.

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EPA/MANUEL DE ALMEIDA

A resistência e o atrevimento do Gil Vicente chegou a causar desconforto ao Benfica, mas o capítulo 25 dos invencíveis de Roger Schmidt terminou com mais um triunfo “encarnado”. No Estádio da Luz, perante um rival minhoto que procurou sempre ter uma atitude positiva, as “águias” derrotaram os gilistas, por 3-1, cumprindo o objectivo de chegar à pausa para a realização do Mundial do Qatar com oito pontos de avanço sobre o FC Porto. João Mário, de penálti, e Gonçalo Ramos, que assinalou o regresso à titularidade com um bis, foram os autores dos golos “encarnados” - Fran Navarro reduziu para o Gil Vicente.

Prestes a ter uma folga no calendário após disputar 12 jogos em 43 dias, Schmidt preparou o último jogo antes da I Liga parar seis semanas colocando em campo o onze-tipo do Benfica 2022/23. Com dois dos reforços indisponíveis por lesão (Aursnes e Draxler), o alemão fez duas alterações em relação à partida para a Taça no Estoril, fazendo regressar David Neres e Gonçalo Ramos - Chiquinho e Petar Musa foram para o banco.

Do outro lado, havia muitos problemas para resolver. Numa sequência para o campeonato preocupante - cinco derrotas consecutivas -, o treinador Carlos Cunha não tinha o central Lucas Cunha, expulso no último jogo, e o candidato n.º 1 à sua substituição: Tomás Araújo, que está cedido pelo Benfica ao Gil Vicente.

Para uma equipa num mau momento e com baixas importantes, a entrada forte dos “encarnados” parecia ser a tempestade perfeita. À imagem do que tem feito em muitos dos duelos desta temporada, o Benfica procurou desde o apito inicial encurralar o rival na sua área e, com as oportunidades a sucederem-se, o golo das “águias” surgiu sem surpresa: aos 8’, Rafa faz um túnel a Ruben Fernandes e o central derrubou o extremo na área. João Mário, com a calma habitual, fez 1-0 na transformação da penalidade.

Com a vantagem madrugadora, Schmidt não disfarçou um sorriso de alívio e, na Luz, a opinião consensual terá sido que o Benfica iria arrancar para mais uma goleada. A história, no entanto, foi outra.

Sem acusar o golo sofrido e a posição incómoda na classificação, o Gil Vicente respondeu de forma desinibida, procurando assumir o controlo da bola. E acabou por ser feliz: na primeira vez que os barcelenses se aproximaram com perigo da baliza de Vlachodimos, um remate de cabeça de Navarro embateu no braço de Otamendi na área “encarnada”. No segundo penálti em 15 minutos, o espanhol fez o empate.

A partir daí, o jogo deixou de ter uma tendência clara. Com o Gil a exibir vontade de atacar, o Benfica mostrava desconforto e dificuldades em impor um ritmo elevado. Porém, duas dezenas de minutos depois do empate, duas das figuras benfiquistas desta época desbloquearam o quebra-cabeças gilista: Neres tentou cruzar, a bola desviou em Rúben Fernandes e em Kritciuk, sobrando para Gonçalo Ramos, que fez golo fácil.

O segundo golpe sofrido não fez esmorecer os minhotos. Após o intervalo, a equipa de Barcelos continuou a mostrar audácia, mas as esperanças gilistas quase que caíram por terra de forma definitiva na primeira oportunidade benfiquista do segundo tempo: aos 53’, Enzo fez um cruzamento perfeito e Ramos, com qualidade, fez de cabeça o 3-1.

Com dois golos de vantagem, o Benfica passou a apostar numa postura mais expectante, Schmidt retirou Ramos e Rafa, e o jogo perdeu muita qualidade e emoção, mas Neres, aos 78’, ainda acertou no poste de Kritciuk, falhando por pouco o 4-1.

Para as “águias”, todavia, a meta já estava atingida: com a 12.ª vitória em 13 jornadas, o Benfica manteve a concorrência mais próxima a oito pontos de distância.

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