Na segunda-feira seguinte, uma bailarina dizia que sentia o corpo a relaxar, mas ainda muito preso. Tomava consciência de como durante os quatro anos do Governo autoritário o seu corpo se tinha fechado, enclausurado, e afastado de outros corpos. Expressões semelhantes ouviam-se de outras pessoas, artistas, escritores, antropólogos brasileiros que nos encontros de grupo, caseiros (à cautela com a eventual violência dos perdedores), que se seguiram à vitória de Lula da Silva e da sua plataforma democrática, partilhavam o quão autocensurados se tinham feito, o quanto melancólicos se tinham tornado, o quanto uma doença, sem nome, produzida pelo Governo e fatal para muitos, se tinha acrescentado à pandemia do covid-19, ferindo a liberdade, a inventividade e a criação.
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