Marcelo com crise económica e social na mira

Erradicação dos sem-abrigo voltou à agenda do Presidente da República. Conselho de Estado analisa nesta sexta-feira a situação económica e social.

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Presidente da República voltou a colocar na agenda a erradicação dos sem-abrigo LUSA/MÁRIO CRUZ

Desde o Verão, o Presidente da República vinha desafiando o Governo a revelar as perspectivas económicas para 2023 porque o que aí vem será “mau”. Com oito meses de guerra – e sem fim à vista –, uma inflação a disparar e o aumento das prestações dos créditos da habitação, Marcelo Rebelo de Sousa acentua a tónica na preocupação em torno da pobreza.

Há duas semanas, o chefe de Estado visitou um sem-abrigo que ajudou a tirar das ruas. A erradicação dos sem-abrigo foi a sua prioridade assumida no primeiro mandato. No início desta semana, o Presidente esteve no encerramento do Encontro Nacional da ENIPSSA – Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem Abrigo, onde defendeu que se deve fazer tudo para “num prazo razoável erradicar” esta “ferida social”.

Já dias antes, quando foi notícia que há supermercados a proteger alguns bens essenciais de tentativas de roubo por parte dos clientes, o combate à pobreza esteve no discurso de Marcelo. Uma sociedade que não consegue ultrapassar o problema da pobreza “anda para trás, não anda para a frente”, disse, apontando como meta fundamental cumprir o desígnio de retirar 765 mil pessoas do risco de pobreza”.

A “análise da situação económica e social” do país é precisamente o ponto único do Conselho de Estado desta sexta-feira, o terceiro deste ano, e que não tem nenhum convidado. A reunião decorre um dia depois da aprovação, na generalidade do Orçamento do Estado para 2023. Arranca agora a fase da especialidade e Marcelo Rebelo de Sousa espera para ver até à votação final, a 25 de Novembro, se “há folga para reponderar” o que já foi anunciado.

Ao mesmo tempo, o Presidente alertou para a subida das taxas de juro “a galope” do BCE, que não servirá para resolver o problema da inflação e do crescimento económico, sugerindo uma reflexão sobre se é este o caminho adequado nesta conjuntura. De qualquer forma, como notou Marcelo, o Governo irá legislar sobre o apoio ao crédito à habitação ao lado do OE embora tenha implicações na proposta orçamental. O Presidente prometeu acompanhar “com atenção”.

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