Davide Lobão estreia Outubro, o seu segundo álbum a solo, com uma média metragem documental

Músico, produtor e programador, o portuense Davide Lobão (voz e mentor dos Chemical Wire, O Bisonte e Granada) escolheu Outubro para lançar Outubro, sucessor de Na Volta (2015), o seu álbum de estreia, e de dois singles lançados em 2021, Roma e Museu. Com oito faixas (Lés, Pós-república, Bruma, Quinta, Seis não é seis, 25 do nove, Pró e Longo), o novo disco surge depois de Davide Lobão ter abandonado um projecto artístico efémero, O Diligente, porque, disse ele a este propósito, “a diligência é uma coisa muito exigente”, sendo mais importante “o valor que a amizade tem durante o processo de criação e na aprendizagem de quase tudo sobre a vida adulta”. Outubro, o disco, foi gravado em quinteto, com Davide Lobão (voz, guitarra), Gualter Barros (bateria), Andrés Malta (baixo), Miguel Moura (sintetizadores) e José Vale (guitarra).

Ensaio sobre o tempo e o seu valor no correr dos dias, Outubro é assim descrito por Davide Lobão, no texto que o anuncia: “Contamos o tempo, as horas, os minutos. Calendarizamos a vida. Organizamos os dias, os segundos, os meses. Planeamos, projectamos. Pesamos o melhor, o pior, o possível e o impossível. Reorganizamos a vida a cada passo. E num momento a vida muda e num momento a vida acaba. Enquanto o vemos, junto de nós, repensamos, reajustamos. E quando formos nós? Pensamos num ciclo, na razão, na crença ou na ilusão. É nos opostos que procuramos o equilíbrio e é sem ele que nos equilibramos. Por isto quis descobrir o que quer dizer o tempo. O que quer dizer um ano, um mês, um dia. Porque se chamam assim e o que são. Sabemos bem o que o tempo é para nós. Tempo é a coisa certa que temos e que escolhemos como usar.” Outubro conta com uma versão documental, na forma de um concerto ensaiado ao vivo, apresentado como “uma viagem imagética pelo disco”. Filmado em Vila Nova de Foz Côa, pela Pé em Triste, com realização de Ricardo Pesqueira, estreia-se esta sexta-feira, aqui no PÚBLICO.