Pelo menos 125 pessoas morreram e 323 ficaram feridas em confrontos que causaram uma debandada num jogo de futebol na Indonésia, este sábado, segundo avançou a polícia de Java Oriental.

As autoridades relataram durante a manhã de domingo que 174 pessoas tinham morrido na tragédia, mas ao fim do dia (hora local) baixaram o número para 125 devido a “um erro no registo” nos hospitais que tratavam as vítimas, disse a Polícia Nacional. Apesar da redução de vítimas mortais, trata-se de uma das piores tragédias de sempre num estádio de futebol.

As autoridades dizem que a maior parte das vítimas morreu na debandada que ocorreu após adeptos de uma das equipas terem invadido o relvado no estádio Kanjuruhan, em Malang, depois do apito final de um jogo que se disputou sábado à noite. A polícia lançou gás lacrimogéneo, o que originou uma fuga em massa, disse Nico Afinta, chefe da polícia local, citado pela Reuters.

"Tornou-se uma anarquia. Começaram a atacar agentes, danificaram carros”, relatou Afinta, acrescentando que os esmagamentos ocorreram quando os fãs fugiram para a saída.

​De acordo com o responsável por um dos hospitais da zona, algumas das vítimas sofreram lesões cerebrais. Entre os mortos estava uma criança de cinco anos, acrescentou à Metro TV.

Registaram-se ainda cerca de 323 feridos, de acordo com o último balanço, citado pela agência espanhola EFE. O número aumentou nas últimas horas. Os mais de 300 feridos foram admitidos em diferentes hospitais da região com diferentes graus de gravidade, pelo que as autoridades não excluem que o número de mortos possa aumentar nas próximas horas.

“Era um espaço apinhado, o que causava dificuldade em respirar, falta de oxigénio”, disse Afinta. De acordo com fontes hospitalares, a maioria das vítimas sucumbiu devido a asfixia, traumatismo ou atropelamento.

O principal campeonato da Indonésia foi suspenso durante uma semana após os incidentes no jogo, que opunha o Arema FC e o Persebaya Surabaya e que terminou com a derrota da equipa da casa por 2-3. Os dois clubes já lamentaram a tragédia, com o Arema FC a anunciar a abertura de um centro de crise para acompanhar as vítimas e familiares.

A federação indonésia de futebol (PSSI) afirmou num comunicado que “lamenta as acções dos adeptos” e que o incidente “mancha o futebol indonésio”.

No Arema FC alinham os portugueses Sérgio Silva, de 28 anos, e Abel Camará, de 32, que marcou os dois golos da sua equipa.

O governo indonésio lamentou o incidente e prometeu também investigar as circunstâncias. “Vamos examinar minuciosamente a organização da partida e o número de adeptos”, declarou o ministro do Desporto e Juventude indonésio Zainudin Amali ao canal de televisão Kompas.

Já o Presidente indonésio, Joko Widodo, disse que as autoridades devem avaliar minuciosamente a segurança dos jogos, acrescentando que esperava que fosse “a última tragédia futebolística na nação”.

Notícia alterada às 15h03: actualização do número de mortos e feridos.