Rendas aumentam quase 9% no segundo trimestre e batem novo recorde

O valor mediano das rendas de novos contratos fixou-se em 6,55 euros por metro quadrado, um novo máximo histórico. Em Lisboa, a renda mediana ultrapassa os 12 euros por metro quadrado.

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O valor mediano das rendas aumentou 8,6% no segundo trimestre de 2022. Daniel Rocha

As rendas retomaram a tendência de agravamento brevemente interrompida no arranque deste ano e voltaram a aumentar a ritmo acelerado. No segundo trimestre deste ano, as rendas de novos contratos de arrendamento cresceram quase 9% em relação ao ano passado e já ultrapassam os 6,50 euros por metro quadrado, um novo máximo histórico.

Os dados foram divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, a nível nacional, o valor mediano das rendas de novos contratos de alojamentos familiares aumentou 8,6% no segundo trimestre de 2022, fixando-se em 6,55 euros por metro quadrado, o valor mais elevado desde o início desta série estatística, iniciada em 2017.

Já em relação ao primeiro trimestre deste ano, este valor mediano representa um aumento de 6,3%, o que corresponde à taxa de variação trimestral de que há registo.

Esta evolução é registada depois de, no primeiro trimestre deste ano, ter sido verificado um abrandamento da subida das rendas. Nesse período, o valor mediano das rendas fixou-se em 6,16 euros por metro quadrado, uma subida de 6,4% em relação ao ano passado e uma queda de 1,4% em relação ao trimestre anterior.

O regresso ao aumento acelerado das rendas acontece apesar da retracção da procura no mercado de arrendamento. No segundo trimestre de 2022, foram celebrados 21.005 novos contratos de arrendamento para habitação, número que representa um aumento de 2,1% em relação ao ano passado, mas uma queda superior a 15% em relação aos 24.727 novos contratos que tinham sido celebrados no primeiro trimestre do ano.

Aumentos em todas as regiões

O movimento de subida das rendas foi transversal a todo o país, tendo sido registados aumentos anuais em todas as regiões analisadas pelo INE.

O maior aumento registou-se na Região Autónoma da Madeira, onde o valor mediano das rendas se fixou em 7,04 euros por metro quadrado no segundo trimestre, um crescimento superior a 16% em relação a igual período do ano passado.

Também nas regiões dos Açores, Alto Alentejo, Área Metropolitana de Lisboa, Médio Tejo, Tâmega e Sousa, Alto Tâmega, Área Metropolitana do Porto foram registados aumentos homólogos a dois dígitos. Em sentido contrário, as regiões de Coimbra e de Trás-os-Montes registaram as subidas mais ténues, de 2,8% e 3,2%, respectivamente.

Novos máximos no Porto e em Lisboa

A aceleração dos preços torna-se ainda mais evidente nas grandes cidades, onde a discrepância das rendas em relação à mediana nacional é cada vez mais acentuada.

No trimestre em análise, as rendas aumentaram, em relação ao ano passado, em 23 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, com excepção apenas de Barcelos, onde o valor mediano das rendas caiu 2%, para 4,04 euros por metro quadrado.

Em Lisboa, onde as rendas representam praticamente o dobro dos valores nacionais, os preços medianos aumentaram em 10% e fixaram-se em 12,61 euros por metro quadrado. Já no Porto, as rendas cresceram 11% e ultrapassaram, pela primeira vez, a fasquia de 10 euros, fixando-se em 10,15 euros por metro quadrado.

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