Usar uma trela e levar brinquedos: como evitar as armadilhas para animais

“Preocupado” com a descoberta de uma armadilha para animais num parque de Lisboa, o Provedor dos Animais da cidade desenvolveu uma lista de recomendações para quem tem animais de estimação.

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Armadilha encontrada no Parque Municipal do Vale do Silêncio, nos Olivais União Zoófila

A Provedoria Municipal dos Animais de Lisboa manifestou “preocupação” em relação à descoberta de uma armadilha para animais no Parque Municipal do Vale do Silêncio, nos Olivais, noticiada pelo P3 há três semanas. Para tentar prevenir incidentes, a provedoria apresenta agora recomendações aos cidadãos e propôs à Câmara Municipal de Lisboa aumentar a fiscalização no parque em questão e sensibilizar a população através da colocação de sinalética.

A armadilha, denunciada pela União Zoófila a 2 de Setembro, continha algo como pão e uma “pele ou outro produto de origem animal”, assim como pregos e palitos espetados. Na altura, a presidente da União Zoófila, Luísa Barroso, alertou que já tinham sido encontradas armadilhas do género, sobretudo no Norte do país.

Para o Provedor do Animal de Lisboa actual, que foi escolhido para o cargo recentemente, urge “prevenir que algum incidente possa ocorrer em relação a estas armadilhas”. É por isso que, depois de contactar a presidente da União Zoófila a pedir-lhe sugestões de medidas de prevenção, Pedro Paiva desenvolveu uma lista de recomendações para os munícipes com animais de estimação e está a trabalhar em conjunto com a Câmara de Lisboa para dar resposta à situação.

Uma das principais recomendações, elaboradas com a preocupação de serem “abrangentes para fazer face a qualquer ameaça da mesma natureza em qualquer outro local”, é que o animal deve circular, por norma, com trela. Andar à solta só nos parques caninos, sublinha ao P3 Pedro Paiva, notando que, “se o animal for com trela, há muito menos risco de ele agarrar uma coisa com a boca”.

Também é aconselhável que se use apenas brinquedos próprios dos animais durante os passeios, rejeitando objectos estranhos, e evitar o contacto com pessoas desconhecidas quando não houver supervisão por parte dos donos.

Paralelamente, foram ainda apresentadas propostas à Câmara de Lisboa com vista a aumentar a fiscalização no local onde foi sinalizada a armadilha e espalhar alertas nos parques, como aqueles que incitam a que se apanhe os dejectos dos cães.

A primeira medida já foi posta em prática. “Aquilo de que tive conhecimento da parte da direcção municipal, nomeadamente dos espaços verdes, é que se intensificou, de facto, a presença da polícia municipal” no Parque Municipal do Vale do Silêncio, refere Pedro Paiva. Nos primeiros dias após a descoberta da armadilha, até alguns funcionários da Casa dos Animais de Lisboa se deslocaram ao local à procura de casos de crueldade semelhante, acrescenta.

Já quanto à sinalização, ainda não lhe chegou nenhuma informação de que já tenham sido colocados avisos até ao momento. “Mas a recomendação está lá”, diz o provedor, e é o executivo que tem o assunto nas mãos, estando responsável pela “produção e colocação” das placas. O objectivo é que estas informem as pessoas, por exemplo, da existência de parques caninos e, de uma forma mais “pedagógica”, que apelem ao uso da trela.

Além destas recomendações e propostas, a provedoria tem previsto o agendamento de reuniões com a Junta de Freguesia de Olivais – que “não tinha conhecimento desta situação” das armadilhas, segundo Pedro Paiva – e a presidente da União Zoófila. A ideia é unir “de alguma maneira esta rede” para que se possa monitorizar de perto a situação.

Contactada pelo P3, a presidente da União Zoófila diz que até agora não receberam mais queixas de armadilhas para animais na zona de Lisboa. E lembra a importância das denúncias sempre que alguém se depare com maus tratos a animais: “Explicar em que local, em que dia, como e o que é que encontraram. Fazer sempre esta denúncia - e por escrito, porque acaba por ter mais força.”

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