António Franco Alexandre vence primeira edição do Grande Prémio de Poesia Diogo Bernardes

A poesia reunida de Poemas, editada no ano passado pela Assírio & Alvim, valeu um prémio de 12.500 euros ao autor português.

Foto
António Franco Alexandre DR

O poeta António Franco Alexandre venceu, por unanimidade, a primeira edição do Grande Prémio de Poesia Diogo Bernardes, com o livro Poemas (2021, Assírio & Alvim), anunciou esta quarta-feira a Associação Portuguesa de Escritores (APE), que coordena o galardão.

Patrocinado pela Câmara Municipal de Ponte da Barca, este prémio foi criado no ano passado e tem o valor de 12.500 euros. Destina-se a distinguir, anualmente, uma obra em português e de autores portugueses, mais especificamente “obras completas de poesia ou antologias poéticas de autor”. Nesta 1.ª edição, “a título excepcional”, concorreram obras saídas nos anos de 2019, 2020 e 2021, referiu a APE.

O júri foi constituído por Cândido Oliveira Martins, José Manuel de Vasconcelos e Rita Patrício que, em acta, divulgada pela APE, justificou a escolha de Franco Alexandre “pelo longo e singular percurso literário de várias décadas, materializado numa escrita vocacionada para a poética do impreciso, exigindo sucessivos movimentos de aproximação; uma poética onde a incerteza e a opacidade, o rumor e a metamorfose constroem uma escrita única, questionadora da própria natureza da linguagem, no propósito de dizer transfiguradoramente o mistério o mundo”.

António Franco Alexandre nasceu em 1944, em Viseu. Fez os seus estudos académicos nas áreas de Matemática e Filosofia em França (primeiro em Toulouse, depois em Paris) e nos EUA (Harvard). Após o seu regresso a Portugal, em 1975, é convidado para professor de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde leccionou até meados de 2009. Embora se tenha estreado como poeta ainda na década de 60, é sobretudo a partir da publicação de Sem Palavras nem Coisas (1974) que a sua obra ganhou relevo no panorama da poesia contemporânea portuguesa. Foi distinguido com o Prémio Correntes d'Escritas de 2005 pela obra Duende, que lhe valeu também o Prémio D. Dinis, em 2003. Em 1999, recebeu o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava, por Quatro Caprichos.

Sugerir correcção
Comentar