Reprivatização da TAP? Chega quer explicações urgentes de Pedro Nuno Santos no Parlamento

Jornal Expresso cita fonte do Executivo que confirmou que o Governo está empenhado em avançar com a privatização da companhia ainda este ano.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

O Chega quer que o ministro das Infra-estruturas e da Habitação vá ao Parlamento, com carácter de urgência, dar explicações sobre a alegada pretensão do Governo de reprivatizar a TAP nos próximos meses, através da venda de mais de 50% do capital da empresa, noticiada nesta sexta-feira pelo Expresso.

O semanário cita uma fonte do Executivo que afirma que o Governo está empenhado em avançar com a privatização da companhia aérea ainda este ano de modo a conseguir concluí-la nos primeiros meses de 2023. A intenção é que seja uma quota acima de 50%, e há quem admita que não haverá resistência para que a venda seja sobre a quase totalidade da empresa.

Entre as empresas favoritas para a compra estão a Lufthansa e o grupo gigante que congrega a Air France e a KLM, mas entre as interessadas encontra-se o consórcio IAG, que integra a inglesa British Airways e a espanhola Iberia - no entanto estas últimas são concorrentes directas do hub de Lisboa o que, a prazo, poderia colocar em risco a capital portuguesa como ponto de ligação para países africanos e da América Latina.

Num requerimento entregue na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação que será votado na próxima semana, os deputados lembram que o Governo teve sempre a posição oposta, ou seja, manter a companhia aérea sob controlo estatal e querem, por isso que Pedro Nuno Santos vá à Assembleia da República “esclarecer qual é, afinal, a posição do Governo sobre esta matéria”.

Os deputados realçam que o semanário cita “fontes do Governo afirmando que a crise pandémica veio acelerar o processo de concentração de companhias europeias em grandes consórcios e há mesmo, dentro do Executivo, quem veja com bons olhos um cenário de privatização de perto de 100% da companhia aérea”.

Este cenário, vinca o Chega, “contraria de forma grosseira tudo o que foi defendido pelos socialistas”, acrescentando que a reversão da privatização da TAP “foi uma das grandes bandeiras do primeiro Governo de António Costa sob o argumento de que a TAP era estratégica para o país e que, por essa razão, deveria ficar no Estado”.

Essa reversão levou a que o Estado ficasse com a fatia de leão da empresa como accionista mas sem que recuperasse logo o poder de gestão, o que então suscitou críticas do Tribunal de Contas. Desde a renacionalização. “Os portugueses já gastaram mais de 3 mil milhões de euros na companhia aérea”, contabiliza o Chega.

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