O Estau regressa a Estarreja — e até salta para um tanque industrial

O festival Estau está de regresso, entre os próximos dias 10 e 18, centrando atenções na sustentabilidade ambiental. Thiago Mazza e Bordalo II estão entre os artistas confirmados.

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Município de Estarreja já conta com 40 obras de arte urbana Nelson Garrido
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Município de Estarreja já conta com 40 obras de arte urbana ADRIANO MIRANDA
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O programa só arranca no sábado, mas a partir desta quarta-feira já será possível começar a ver o brasileiro Thiago Mazza a trabalhar ao vivo. A especificidade do trabalho que irá desenvolver no município de Estarreja assim o exige. O artista, conhecido no cenário da arte urbana pelo seu domínio na representação da fauna e da flora, irá transformar um tanque industrial numa tela de arte.

“Além de ser uma área muito grande para pintar, a intervenção vai requerer um mini-curso de segurança, uma vez que ele vai estar a trabalhar numa empresa do complexo químico”, repara Isabel Simões Pinto, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Estarreja, a propósito daquela que é uma das iniciativas de destaque da edição deste ano do Estau - Festival de arte urbana. O programa estende-se de 10 a 18 e permitirá ao município aumentar a sua já considerável galeria de arte urbana — neste momento, conta com cerca de 40 murais.

Nesta que é a quinta edição do festival, os holofotes irão estar virados para a intervenção no tanque da Bondalti — “é uma intervenção pioneira em Portugal e, através da arte pública, pretende-se uma aproximação da indústria química à comunidade, com uma mensagem de reforço do seu compromisso de actuação responsável”, destaca a autarca —, assim como para o regresso de Bordalo II a Estarreja.

Depois de ali ter criado, em 2015, no âmbito da ObservaRia Birdwatching Fair, a instalação Guarda-Rios, o artista português volta a este município da região de Aveiro para criar mais um Big Trash Animal, da série de animais feitos de lixo que o artista tem espalhado por todo o mundo. Bordalo II vai dar vida a uma nova ave, a águia-sapeira, questionando uma vez mais a sociedade materialista sobre o consumo e produção excessivos, que resultam na contínua produção de “lixo” e, consequentemente, na destruição do nosso planeta. Esta nova peça de arte irá ficar instalada na vila de Pardilhó, conhecida pela sua forte ligação a um ecossistema importantíssimo para a região, a Ria de Aveiro.

A Thiago Mazza e Bordalo II, juntam-se Pantónio, Mariana Duarte Santos, Ruído, Daniela Guerreiro, Pitanga e o artista local Mário Afonso, que irão estar a trabalhar ao vivo durante o festival. A sustentabilidade ambiental será o principal tema da edição deste ano, uma vez que muitas das telas irão “reflectir o património natural e a biodiversidade do território, apelando à reflexão sobre o impacto das alterações climáticas nesta nossa riqueza natural”, anuncia a autarquia estarrejense.

O regresso à normalidade

Depois de uma edição marcada pelo contexto pandémico — em 2020, o festival esteve sujeito a vários condicionalismos —, este ano o Estau retoma a normalidade, com destaque para o regresso dos espectáculos de grande formato.

No dia 17, na Praça Francisco Barbosa, será apresentado A Passarola, espectáculo de teatro comunitário do Trigo Limpo Teatro ACERT, a partir de uma adaptação livre do romance Memorial do Convento, de José Saramago. Ao grupo de artistas da ACERT, irá juntar-se um grupo de participantes da cidade — todos os interessados em tornarem-se actores e actrizes nesta peça podem fazer a sua inscrição. Também haverá concertos: Felipe Fontenelle (dia 10) e de Modulatos Project (dia 18), subirão ao palco da Praça Francisco Barbosa, pela mão da D’Orfeu e no âmbito do circuito de música ao vivo Outonalidades.

A programação propõe, ainda, os workshops “Estarreja Sensorial”, com Marta Pombeiro, e de “Colagem Criativa”, de Margarida Girão. Haverá cinco exposições para apreciar em diferentes espaços públicos que cruzam a ilustração, a fotografia, as tradições, entre outras linguagens artísticas.

Destaque para a mostra de fotografia “Fábrica de Histórias” que fará reviver momentos da visita performativa ocorrida em Junho, numa criação artística que contou com a participação da comunidade, e desvendará alguns espaços da futura Fábrica da História – Arroz em construção no Antigo Descasque. Todas as actividades têm entrada livre.

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