Os efeitos do incêndio da serra da Estrela em números

A resolução do Conselho de Ministros sobre a situação de calamidade foi publicada esta segunda-feira em Diário da República. O texto revela alguns dos números que resumem os efeitos do incêndio.

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A região da serra da Estrela esteve a arder durante 11 dias Adriano Miranda

A partir desta terça-feira e até 30 de Agosto de 2023, a região do Parque Natural da Serra da Estrela estará em situação de calamidade prevista na Lei de Bases da Protecção Civil, em consequência dos danos causados pelos incêndios florestais. Será também esta terça-feira que arranca o prazo de 15 dias para a inventariação dos danos e prejuízos provocados pelas chamas na região que afectaram os concelhos de Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda e Manteigas.

2200 km

Há dois anos, o Parque Natural da Serra da Estrela foi classificado o Estrela Geopark Mundial da UNESCO. A classificação abrange mais de 2200 quilómetros quadrados e inclui 145 geosítios que lhe dão a classificação de Património da Humanidade.

52%

Número de hectares que, segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, representam o total de área queimada pelo fogo que lavrou durante 11 dias na serra da Estrela.

22 mil

Segundo os dados que constam na resolução do Conselho de Ministros publicada em Diário da República, Manteigas foi um dos concelhos mais afectados pelas chamas, com cerca de 6300 hectares de área ardida, o equivalente a 52% do seu território. Também o concelho da Guarda viu arder mais de 10 mil hectares de floresta, ou seja, cerca de 14% da área total do concelho. Além destes dois concelhos foram afectadas a freguesia de Verdelhos, no concelho da Covilhã, as freguesias de Aldeia Viçosa, Famalicão, Fernão Joanes, Gonçalo e Valhelhas, no concelho da Guarda, as freguesias de Sameiro e Vale de Amoreira, no concelho de Manteigas, e a freguesia de Folgosinho, no concelho de Gouveia, todas com mais de 50% da sua superfície afectada.

33%

No total, a área percorrida pelo incêndio corresponde a 33% de floresta; 20% de matos e pastagens; 16% era de área com utilização agrícola e 9% tinha uma utilização urbana. Já 12% era considerada improdutiva.

4500

Para efeito de levantamento de danos e prejuízos serão considerados os terrenos com uma área ardida acumulada igual ou superior a 4500 hectares ou a 10 % da respectiva área.

6 medidas

O Governo está a preparar seis respostas, que serão financiadas através de fundos nacionais e europeus. A primeira é o reforço da capacidade de resposta operacional e dos programas de vigilância florestal e de autoprotecção das populações; a segunda pretende responder ao turismo e às restantes áreas de actividade económica afectadas; a terceira pretende ajudar as famílias, para fazer face a despesas necessárias à sua subsistência ou à aquisição de bens imediatos e inadiáveis, e aos equipamentos de resposta social como isenção e diferimento do pagamento de contribuições para a segurança social; a quarta passa pelas respostas ambientais a curto prazo no Parque Natural da Serra da Estrela e nas regiões contíguas; a quinta será a abertura de candidaturas ao Fundo de Emergência Municipal para a recuperação de equipamentos públicos; e por fim, a sexta, a criação de apoios à reposição do potencial produtivo agrícola das explorações afectadas.

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