Voltou a Senhora d’Agonia, lá do fundo de onde eu venho

Só um minhoto percebe outro minhoto. Esta frase é obviamente incompreensível por alguém que não nasceu no Minho e não retirou da dureza do granito tudo o que ela tem para dar: força, resistência, permanência.

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O cartaz deste ano da romaria da Senhora d’Agonia tem uma minhota trajada de verde, com um fato de Geraz do Lima. Eu gosto dos vermelhos, o da minha avó Maria Teresa (ou dóna Teresinha, como era conhecida) era vermelho. Vesti-o duas vezes em miúda para desfilar no cortejo e ninguém imagina o orgulho. O que é notável é as gerações passarem e o mistério da Senhora d’Agonia persistir. Uma romaria é mais do que uma festa, muito mais do que uma festa religiosa, como todos os minhotos sabem. É uma coisa transcendental que vem do fundo dos tempos e que desejamos conservar – somos muito conservadores e essa parte que vem lá do fundo de onde eu venho – como cantavam os GNR na maravilhosa “Pronúncia do Norte” – nem sempre é um activo. Mas é assim que somos.

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