Sérgio Conceição: “Matheus? Dizem que ando aziado, desta vez cabe ao Rúben”

Técnico do FC Porto fez a antevisão do “clássico” deste sábado no Dragão frente ao Sporting.

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Sérgio Conceição, treinador do FC Porto EPA/JOSE COELHO

A poucos dias do “clássico”, o Sporting ficou sem um dos seus indiscutíveis, Matheus Nunes, vendido por várias dezenas de milhões, e Rúben Amorim fica com a tarefa de descobrir soluções alternativas, tal como já tinha acontecido com Sérgio Conceição depois das vendas de Fábio Vieira e Vitinha. Mas o técnico do FC Porto acredita que nada vai mudar nos “leões” em termos de perfil táctico para o encontro deste sábado no Dragão.

“Dizem que ando aziado, desta vez cabe ao Rúben um bocadinho disso também. Mas ele não preparou a equipa com essa azia, preparou focado em fazer o melhor para nos surpreender, o Matheus era muito importante, mas estará outro, ficamos mais pobres sem os jogadores que saem, mas é o normal do nosso campeonato”, referiu Conceição em conferência de imprensa no Olival.

“Conhecemos o modelo de jogo do Sporting, mas depois é preciso trabalhar e estar atento ao que eles fazem bem. Torna-se mais imprevisível dependendo das características dos jogadores em determinados sectores. Não temos Matheus Nunes, podemos ter Morita ou outros, temos de nos preparar para isso. É dentro das diferentes características que pode dar diferentes nuances ao jogo. Penso que em termos do que é o modelo de jogo do Sporting não vai mudar, é o jogo que dita isso”, acrescentou o técnico portista.

E o mesmo se aplica a Paulinho, que também não irá a jogo por lesão: “O Paulinho apesar de ser 9 puro tem comportamentos de 10, não é um jogador que esteja sempre entre os centrais, é um jogador móvel, não há grandes diferenças no perfil de ataque que o Sporting irá apresentar.”

O FC Porto chega ao “clássico” da terceira jornada com duas vitórias em dois jogos, a última das quais obtida no limite em Vizela. Conceição admitiu na altura que a equipa entrou de “barriga meio cheia”, reforçando que a equipa tem de estar sempre alerta e com vontade de continuar a ganhar: “O meu alerta é diário, com certeza que há o mérito do adversário e algum demérito nosso, os campeões são os jogadores e as equipas que são campeões e que ficam mais motivados para o desafio seguinte, o nosso próximo desafio é o treino da manhã e depois o jogo à noite. Andamos sempre à procura dessa perfeição na forma de jogar e de estar.”

Nesse jogo em Vizela, Conceição foi advertido com um cartão amarelo e admitiu que o árbitro teve razão, mas fala na necessidade de uma compreensão mutua entre árbitros e bancos: “Nem pensei que o amarelo fosse para mim, ele [o árbitro] tem razão, porque estou quase na linha lateral, mas podia chegar lá e dizer-me ‘olhe, amigo, vá para a sua área técnica’. Não percebi que era para mim. Sinceramente foi isto, foi por estar a falar como Pepe, avancei alguns metros, em alguns campos a área técnica é mais pequena. Há a intenção de acalmar os bancos, mas em que sentido? Se o quarto árbitro falar, eu vou para a ‘casota’. Se quiserem que esteja amarrado, isso é que não. Se não, dá-me um ataque. O público vibra, os jogadores dentro do campo jogam numa intensidade máxima, todos vivemos o jogo. Tem de haver regras, se não há faltas de respeito ou insultos, mas se apenas se está a viver o jogo, é um exagero.”

Houve uma pergunta que ficou sem resposta, a do castigo aplicado a Frederico Varandas, presidente do Sporting: uma suspensão de 70 dias, acrescida de uma multa de 13.260 euros, por uma infracção de lesão da honra do homólogo do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa. E outra que ia pelo mesmo caminho, a do mercado de transferências, mas Conceição ainda disse alguma coisa sobre o assunto. “Não falo de mercado, muito menos antes do ‘clássico’. Tenho um plantel capaz, mas nós queremos sempre mais. Com mais saídas, seria sempre capaz. Mas capaz para quê?”

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