Federação de Judo acorda com Governo resposta a carta aberta de atletas

Encontro envolveu também o Comité Olímpico e serviu, entre outras coisas, para ajustar o valor atribuído aos judocas para apoios a deslocações.

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Bárbara Timo é uma dos sete judocas signatários da carta Reuters/ISSEI KATO

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto anunciou nesta terça-feira um ajuste ao valor atribuído aos judocas para apoios a deslocação, entre outras medidas, após uma reunião com a Federação Portuguesa de Judo (FPJ) e o Comité Olímpico de Portugal (COP). Um encontro que procurou promover um entendimento entre as partes na sequência do diferendo vivido nos últimos dias.

A reunião entre as três partes, que juntou o governante João Paulo Correia ao presidente do COP, José Manuel Constantino, e ao líder federativo do judo, Jorge Fernandes, pretendeu resolver o mal-estar gerado pela carta aberta publicada por sete dos melhores judocas nacionais, em que criticavam abertamente as atitudes do presidente da FPJ, aludindo a um “clima insustentável e tóxico”.

Segundo João Paulo Correia, que tornou públicos os resultados da reunião na rede social Twitter, Jorge Fernandes “apreciou as sugestões apresentadas pelo grupo de atletas”, levando a uma série de medidas acordadas entre as partes. Desde logo “corresponder ao pedido formulado de que a participação em estágios internacionais, assim como competições fora do país”, resultem de um planeamento acordado entre federação, treinador e atleta.

De acordo com o secretário de Estado, que também se reuniu, posteriormente, com os atletas, foi acordado “ajustar o valor pago a cada atleta para apoio à deslocação, de acordo com as tabelas oficiais da administração pública”.

Para depois dos Mundiais de judo, que vão decorrer em Tashkent, entre 6 e 13 de Outubro, fica agendada “uma reavaliação do sistema de estágios nacionais, ouvindo os respectivos treinadores e seleccionadores”.

Horas antes da reunião, já a seleccionadora nacional de judo feminino, Ana Hormigo, se tinha solidarizado com os sete judocas que assinaram a carta (Telma Monteiro, Bárbara Timo, Rochele Nunes, Patrícia Sampaio, Catarina Costa, Anri Egutidze e Rodrigo Lopes).

“O apelo gritante de sete judocas traduz-se na preocupação daquilo que se tem vivido e presenciado no judo nacional nos últimos tempos. Não são apenas sete, mas foram estes sete com coragem para ‘dar a cara’ pelo judo nacional, por aqueles que não têm força, nem voz para se expressar. São sete que se sujeitam à pressão emocional, à opinião pública numa altura em que decorre a corrida aos Jogos Paris2024”, escreveu a treinadora, no Facebook, considerando essencial “encontrar soluções e ir ao encontro das necessidades destes atletas”.

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