Seleccionadora solidária com judocas descontentes com federação

Ana Hormigo alerta para a necessidade de encontrar “soluções e ir ao encontro das necessidades dos atletas”.

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Bárbara Timo LUSA/NUNO VEIGA

A seleccionadora de judo feminino, Ana Hormigo, solidarizou-se nesta terça-feira com os sete judocas, que, através de carta aberta, fizeram um conjunto de críticas ao presidente da federação portuguesa da modalidade, e que “anseiam por uma resolução”.

“O apelo gritante de sete judocas traduz-se na preocupação daquilo que se tem vivido e presenciado no judo nacional nos últimos tempos. Não são apenas sete, mas foram estes sete com coragem para ‘dar a cara’ pelo judo nacional, por aqueles que não têm força, nem voz para se expressar. São sete que se sujeitam à pressão emocional, à opinião pública numa altura em que decorre a corrida aos Jogos Paris2024”, escreveu Ana Hormigo no Facebook,

A antiga judoca, que é treinadora do Benfica, garante que os sete signatários - Telma Monteiro, Bárbara Timo, Rochele Nunes, Patrícia Sampaio, Catarina Costa, Anri Egutidze e Rodrigo Lopes - “contribuem para o sucesso do judo, tendo somado mais de 60 medalhas para o país, entre 2017 e 2022, das quais 21 em Campeonatos da Europa e do Mundo”.

Segundo Ana Hormigo, “neste momento os atletas vivem de consequências, de obrigações, no cumprimento e incumprimento de regras”. “Estão exaustos, não querem estar sujeitos a um sistema que nem se digna a ouvi-los”, escreveu.

A seleccionadora assegura que os “atletas não estão contra os treinos de selecção, nem contra o local dos mesmos” e que “não querem treinar menos, mas sim melhor”, e considera essencial entender que a “rotina está desajustada à realidade pós-pandémica”.

“Temos de continuar a encontrar soluções e ir ao encontro das necessidades destes atletas, temos de garantir qualidade de treino, temos de garantir parceiros de treino que lhes causem desconforto, adversários do mesmo nível competitivo ou superior. Os estágios internacionais não podem ser considerados caprichos, mas sim um veículo para evoluir. Cada atleta tem a sua especificidade e particularidade, princípios que não podem ser descuidados”, afirma.

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