Haverá mais 37 jornadas pela frente e muita tinta ainda a correr na Série A, mas a Roma resolveu neste domingo a primeira equação no campeonato italiano. Em Salerno, a equipa orientada por José Mourinho impôs-se com um golo solitário de Bryan Cristante e juntou-se aos rivais de Milão no pelotão da frente.

A expectativa em torno da segunda vida da Roma sob as ordens do treinador português é grande. Até que ponto será capaz de bater o pé aos favoritos ao título? Até que ponto será capaz de elevar a qualidade do seu futebol, tornando-o mais apelativo para os adeptos? Até que ponto se terá reforçado convenientemente neste mercado?

Teremos de esperar bastante para ter uma resposta cabal a estas perguntas, mas neste domingo já tivemos uma amostra do que poderão vir a ser os “giallorrossi” em 2022-23. Diante da Salernitana, a Roma mostrou já alguma qualidade, ainda que entrecortada por demasiadas oscilações durante os 90 minutos. Dominou a primeira parte, viu o adversário controlar com bola nos primeiros 20 minutos da segunda e ressurgiu na recta final, altura em que poderia ter embalado para uma vitória mais folgada.

Em 3x4x2x1, os romanos surgiram em campo com Zaniolo e Dybala no apoio a Abraham. A mobilidade na frente era suportada pela segurança oferecida por Pellegrini e Cristante no corredor central. Mas esses não eram os únicos atributos dos médios mais recuados: aos 33’, o antigo jogador do Benfica recebeu a bola fora da área e rematou cruzado, de pé esquerdo, ao poste mais distante, inaugurando o marcador.

Bryan Cristante dava expressão ao maior domínio da Roma, que teve ocasiões suficientes para elevar a vantagem até ao intervalo, que chegou com 43% contra 57% na posse de bola e 5 contra 12 em remates.

Mas no segundo tempo a Salernitana, sob as ordens de Davide Nicola, mostrou outra face. Entrou a dominar, a circular com paciência, a retirar protagonismo à Roma. Ainda fez um par de abordagens perigosas à baliza de Rui Patrício, ainda lançou em campo o veteraníssimo Franck Ribéry e equilibrou as operações. Só que José Mourinho estancou os propósitos do adversário com a aposta em Matic (saiu Abraham) e, ao recuperar o meio-campo, recuperou a possibilidade de voltar a ser perigosa no último terço.

Já com Wijnaldum no terreno, a Roma chegou a festejar o 0-2, mas Dybala estava em fora-de-jogo no início da jogada. Até ao final, o argentino, El Shaarawy e Karsdorp estiveram novamente muito perto de marcar, ainda que sem resultados práticos. O triunfo, porém, já não escapou e, num domingo em que Lazio (2-1 ao Bolonha), Fiorentina (3-2 à Cremonese) e Spezia (1-0) ao Empoli, os “giallorrossi” juntaram-se à multidão de oito líderes da Série A. Até ver, porque Juventus e Nápoles só na segunda-feira entrarão em cena.