Sindicato denuncia encerramento de mais 23 agências da Caixa

Desde 2012, saíram 3300 trabalhadores do banco público e foram encerradas “mais de 300 agências” em Portugal.

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Paulo Macedo dirige a Caixa Geral de Depósitos 2017 Rui Soares

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) anunciou nesta sexta-feira que a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGA) pretende “encerrar mais 23 agências em Portugal continental” neste mês de Agosto.

“O STEC teve conhecimento de que a administração da CGD, após o recente anúncio do vultuoso lucro de 486 milhões [de euros], no primeiro semestre de 2022, decidiu cortar ainda mais nos custos e encerrar mais 23 balcões, no decorrer do corrente mês de Agosto, com maior incidência nas regiões de Lisboa e Porto”, refere o sindicato em comunicado.

O sindicato assinala que se “desconhecem os motivos” para esta intenção, e que a vontade em “reduzir despesas” carrega a “desvalorização da capacidade da CGD enquanto banco público”, apontando que há “um inevitável congestionamento dos restantes balcões dessas áreas”.

De igual forma, o STEC sublinha que desde 2012 já houve o “decréscimo” de 3300 trabalhadores e o encerramento de “mais de 300 agências” da Caixa em Portugal.

Para o sindicato, tal representa “um número avassalador” e a “entrega de “bandeja” de negócio rentável e lucrativo aos bancos privados, perdendo-se, com isto, centenas, ou mesmo milhares, de clientes particulares e empresariais”.

Por isso, o STEC insta o Governo a não se “demitir da sua responsabilidade” na coesão territorial.

“Neste cenário de claro abandono da CGD de vastas e povoadas zonas do país, o Governo não se pode demitir da sua responsabilidade no que respeita à coesão territorial de que tanto fala, mas que depois deixa ao livre-arbítrio de decisões de gestão, que neste caso e lamentavelmente até são de carácter público”, insiste o sindicato no documento.

“Não basta apregoar a defesa da CGD como banco público e receber as centenas de milhões de dividendos gerados pelo esforço dos seus trabalhadores, é fundamental que o Estado defina as orientações estratégicas que o banco deve assumir”, acrescenta o documento.

Contactada pela Lusa, a CGD ainda não comentou.

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