Carlos Moedas apela ao empenho de todos os “pilares da cidade” para manter as ruas de Lisboa limpas

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa reforça que está a ser feito tudo para combater o problema da acumulação de lixo na cidade e salienta que já entraram 60 cantoneiros nos serviços.

Foto
Lisboa assistiu durante a semana passada a várias perturbações na recolha de lixo devido à greve dos trabalhadores da Valorsul Rui Gaudencio

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, considera que para resolver o problema que Lisboa enfrenta na área da Higiene Urbana tem de existir um empenho por parte dos sindicatos, os trabalhadores e as Juntas de Freguesia. E esse empenho, sublinha, deve ser feito em sinergia.

A capital assistiu durante a semana passada a várias perturbações na recolha de lixo devido à greve dos trabalhadores da Valorsul. O impacto das falhas na recolha gerou uma onda de indignação por parte dos moradores, que estão cada vez mais insatisfeitos com a sujidade que se espalha pela cidade. Por esse motivo, Carlos Moedas convocou, esta quarta-feira, uma reunião com os diversos sindicatos ligados aos trabalhadores da Higiene Urbana.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirma que, num total de 190 trabalhadores, já entraram 60 cantoneiros e haverá “mais 30 motoristas que só entram em Setembro”. Assegura que tem trabalhado de encontro às reivindicações dos sindicatos de forma a minimizar o agravamento da acumulação do lixo nas freguesias. Nesse sentido, menciona que a primeira acção que realizou foi atribuir um milhão de euros para o subsídio de insalubridade.

Questionado acerca das críticas feitas por alguns presidentes das juntas de Freguesia relativamente aos critérios de avaliação que definem o montante atribuído pelos Contratos Interadministrativos de Cooperação, Carlos Moedas afirma que os meios que atribuiu às juntas foram suficientes para realizarem as tarefas da recolha de lixo junto aos ecopontos e ecoílhas, limpeza e varredura das ruas, que são da sua competência.

As Juntas de Freguesia apelam a reformulação dos indicadores usados que definem os montantes dos Contratos Interadministrativos que se baseiam num estudo realizado em 2019, que estabelece como indicador de pressão turística o número de hotéis e estabelecimentos hoteleiros, alojamento local e a quantidade de pontos de interesse turístico.

“Nenhum presidente até agora fez tanto como eu estou a fazer em relação à higiene urbana”, considera Carlos Moedas, que questiona “quando é que antes um presidente da câmara desbloqueou esse valor” de forma tão célere. Destaca, em crítica ao anterior executivo, que as verbas que estavam em dívida já foram pagas às juntas.

O autarca considera que é preciso calma para resolver este problema do passado e realça que ainda só passaram nove meses desde que assumiu a presidência do novo executivo da Câmara Municipal de Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, termina a afirmar que “a prioridade é Lisboa estar limpa”, trabalho que só pode ser feito em conjunto com os “pilares da cidade”.

PS critica

Entretanto, em comunicado, o PS criticou estas declarações de Carlos Moedas, dizendo que o autarca se está a vitimizar e a culpar terceiros pelos seus falhanços. E sublinha que, “ao contrário do que afirma Carlos Moedas, a recolha de lixo não é uma competência partilhada com as Juntas de Freguesia” Segundos os socialistas, “a estas últimas compete a limpeza de papeleiras, a varredura e lavagem de ruas, assim como a limpeza de lixo excessivo à volta dos ecopontos. A recolha diária de detritos é uma competência estrita da autarquia e é essa, pela primeira vez, que está a falhar.”

O partido diz ainda que o concurso para a contratação de pessoal foi iniciado e lançado há um ano e meio e a entrada ao serviço desses trabalhadores “encontra-se atrasada desde Janeiro deste ano.” E acusa: “Lisboa, com mais viaturas e cantoneiros ao serviço do que tinha em 2019, recolhe hoje menos 10% de lixo do que fazia em 2019.”

Sugerir correcção
Ler 3 comentários