Comissão parlamentar de Cultura chumba audição do ministro sobre Coliseu do Porto

Requerimento apresentado pelo Bloco de Esquerda para audição do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e Mónica Guerreiro, que preside à casa de espectáculos, foi rejeitado com os votos contra do PS.

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Coliseu do Porto nelson garrido

O requerimento apresentado pelo Bloco de Esquerda para audição do ministro da Cultura à Comissão Parlamentar de Cultura sobre o Coliseu do Porto, e da presidente da casa de espectáculos, foi esta terça-feira rejeitado, com os votos contra do PS. O PSD, através da deputada Carla Madureira, propôs juntar a esta audição o envio de um convite ao presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, para estar também presente, numa audição na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.

O deputado bloquista José Soeiro, que subscreveu o requerimento, considerou “inexplicável” o voto contra para se ouvir os esclarecimentos do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e a presidente da direcção do Coliseu, Mónica Guerreiro, e afirmou-se “muito triste”. Para este parlamentar, “raras são as vezes” que uma comissão parlamentar “chumba a vinda de um governante para esclarecer” determinada matéria.

Nesta votação, a deputada socialista Maria João Castro, membro efectivo desta comissão, e que faz parte da direcção do Coliseu, não participou na reunião, e pediu para que tal constasse em acta.

José Soeiro, que não faz parte da comissão, defendeu o requerimento acerrimamente, e afirmou não perceber ter a Câmara do Porto 4,2 milhões de euros para reabilitar o Cinema Batalha, que pertence a privados, e ter o Estado quatro milhões para expandir a Fundação de Serralves, e não se conseguir 3,6 milhões para obras de requalificação de uma “sala histórica do Porto e da sua região metropolitana”.

Soeiro recordou o cordão humano realizado quando a compra do Coliseu já tinha sido efectivada pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), na década de 1990, e que o empenho dos cidadãos foi capaz de reverter uma decisão, demonstrando como o Coliseu é parte “do capital afectivo da cidade”.

Carla Miranda, do PS, eleita pelo círculo do Porto, referiu que fazia parte do mandato da actual presidente da direcção do Coliseu, conseguir a concessão a privados. “Está escrito em acta desde o primeiro momento”, garantiu Carla Miranda que anunciou o voto contra do PS.

A direcção da Associação Amigos do Coliseu é composta por Mónica Guerreiro, presidente do Coliseu do Porto e representante do Ministério da Cultura, Maria João Castro, representante da Área Metropolitana do Porto (AMP), Nuno Lemos, representante da Câmara Municipal do Porto, Daniel Pires, representante dos Associados Individuais da Associação Amigos do Coliseu, e António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, representante dos associados colectivos.

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