Histórias do Tour: Improvisar sem Tim, “o tractor”

Durante toda a Volta a França, o PÚBLICO traz histórias e curiosidades sobre os ciclistas e equipas em prova.

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Nas últimas três edições do Tour, contando já com 2022, a equipa Quick-Step venceu nove etapas e duas camisolas verdes – e poderá levar mais uma camisola destas neste ano. É tradicionalmente uma equipa forte nos finais ao sprint, mas também com um bom lote de puncheurs e ciclistas capazes em etapas estilo clássica.

A equipa tem feito tudo isto com a marca indelével de um “tractor”. Chama-se Tim para os pais, Declerq para os amigos e “el tractor” para o ciclismo.

O ciclista belga estava escalado para ir ao Tour, mas a covid-19 apunhalou-o a poucos dias da prova gaulesa. E a Quick-Step ficou sem a “besta” (outro dos epítetos) que trata de apanhar fugas e, por extensão, preparar terreno para os sprinters de topo que têm passado pela equipa: de Cavendish a Jakobsen, passando por Bennett.

Trata-se de um homem que faz parte da “lista dos gigantes" e cujo perfil físico se assemelha a um armário, tal é a altura, largura de ombros e tamanho de membros que apresenta ao serviço – sempre lento na explosão, mas resistente a impor ritmos altos durante quilómetros a fio. Como um tractor.

“Todos sabem que não sou um Ferrari. Sei que, se tiver de sprintar contra sete ciclistas, acabarei em sétimo lugar”, reconheceu o ciclista que já foi eleito o melhor domestique do pelotão, numa votação feita pelos ciclistas do World Tour.

Como se apanha fugas ficando sem o melhor domestique do pelotão a poucos dias do Tour? Com improviso. A Quick-Step escolheu Florian Sénéchal como substituto e o francês já teve um peso considerável na preparação dos “comboios”: até ver, a equipa já levou duas das dez etapas e cada final ao sprint que existir tem, em teoria, o nome de Fabio Jakobsen “escrito na testa”.

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