Jakobsen estreia-se a ganhar no Tour, Van Aert fica com a amarela

Segunda etapa da Volta a França em bicicleta teve um final muito atribulado, com várias quedas, uma delas envolvendo Rúben Guerreiro.

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A segunda etapa do Tour atravessou uma ponte de 18 quilómetros Reuters/ANNEGRET HILSE

Esperava-se um final de etapa atribulado no segundo dia da Volta a França e foi exactamente o que aconteceu. Na primeira etapa em linha que terminava com 18 quilómetros numa ponte, houve muitas quedas, mas também houve um vencedor que há menos de dois anos estava numa cama de hospital, em coma. Fabio Jakobsen (Quick-Step) sofreu um acidente grave em Agosto de 2020 que o deixou em risco de vida, mas, em Julho de 2022, foi ele quem ganhou a segunda etapa do Tour, numa chegada ao sprint em que o neerlandês de 25 anos se superiorizou à concorrência.

Foi a primeira vitória de Jakobsen no Tour, ele que já tinha no currículo cinco vitórias na Volta a Espanha, e que, depois do acidente, ficou quase um ano sem competir. Tal como acontecera no contra-relógio do primeiro dia, o belga Wout van Aert (Jumbo) voltou a ficar em segundo, mas desta vez teve a boa consolação de “roubar” a camisola amarela ao seu compatriota Yves Lampaert (Quick-Step). Van Aert tem agora um segundo de vantagem sobre Lampaert na geral, seguindo-se o grande favorito Tadej Pogacar (Emirates), que está a oito segundos.

Para o segundo de três dias na Dinamarca, estava reservada uma das etapas mais longas deste Tour (202,2km entre Roskilde e Nyborg), sem dificuldades de maior, a não ser na travessia de uma das maiores pontes do mundo, em que o pelotão estaria exposto ao vento. E a verdade é que houve várias quedas, incluindo o português Rúben Guerreiro (Education First), envolvido numa queda colectiva durante a travessia da ponte.

Guerreiro, candidato ao prémio da montanha e com expectativas de fazer top-10, não conseguiu recuperar o tempo perdido com a queda, foi penúltimo na etapa e passou para último da geral, agora 12m43s do novo camisola amarela. Quanto a Nelson Oliveira (Movistar), foi 71.º, com o mesmo tempo de Jakobsen, e subiu um lugar na geral (51.º).

Para Jakobsen, esta foi mais uma etapa no seu regresso à competição quase dois anos depois do acidente que lhe colocou a vida em perigo. “Foi ‘incroyable’, como se diz em francês… Para mim, foi um processo longo, passo a passo. Muita gente me ajudou e isto é para que vejam que não foi para nada. Estou feliz por ainda conseguir andar de bicicleta e divertir-me a correr”, declarou o neerlandês após a apertada vitória na etapa.

E para a Quick-Step foi mais uma validação da sua estratégia para este Tour 2022, que incluiu a polémica decisão de deixar de fora Mark Cavendish, o sprinter britânico que já venceu 34 etapas no Tour, quatro delas em 2021. Mas ficou de fora do alinhamento para 2022 (esteve no Giro), em benefício de Jakobsen, e a estratégia tem resultado: a Quick-Step já venceu as duas primeiras etapas.

O último dia na Dinamarca será outra vez para os sprinters, 182km entre Vejle e Sonderborg, após os quais toda a caravana do Tour irá para o Norte de França, retomando a prova na terça-feira.

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