Tim van Rijthoven é mais um nome para aprender

John Isner, o novo “rei dos ases”, foi eliminado de Wimbledon.

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Tim van Rijthoven EPA/KIERAN GALVIN

Até há três semanas, Tim van Rijthoven não tinha ganho um único encontro no circuito principal, limitando a sua carreira ao Challenger Tour. Até que chegou a altura no calendário da realização do Libema Open, na sua Holanda, e o tenista de 25 anos, então no 205.º lugar do ranking, transfigurou-se. Transparecendo uma calma olímpica como se fosse um veterano, Van Rijthoven foi alinhando vitórias sobre adversários credenciados como Taylor Fritz e Felix Auger-Aliassime até dominar, na final, Daniil Medvedev que, no dia seguinte, ascendeu ao primeiro lugar do ranking. Como consequência, o neerlandês recebeu um convite para Wimbledon, uma prenda pouco habitual para um tenista que não pertence a nenhum dos quatro países que organizam os majors, nem nunca ganhou um título dessa grandeza. Agradecido pela oportunidade, Van Rijthoven já vai nos oitavos-de-final.

“Visto de fora, claro que parece um conto de fadas porque veio do nada. Também o título ATP veio do nada porque nem sequer tinha ganho um torneio no Challenger Tour, embora tenha jogado algumas finais. Mas é basicamente a soma de muito trabalho, muita crença e sensações muito positivas antes de cada encontro e antes de cada treino”, afirmou Van Rijthoven (104.º) após vencer o georgiano Nikoloz Basilashvili (26.º), por 6-4, 6-3 e 6-4

O holandês é o sétimo jogador desde 2000 a atingir a quarta ronda na sua primeira presença no quadro principal de um torneio do Grand Slam e o primeiro “convidado” desde 2015 a chegar tão longe. E é também o jogador ainda em prova em Wimbledon com melhor percentagem de pontos ganhos com o primeiro serviço: 90%. “Penso que é por causa do serviço que consigo impor o meu jogo tão bem. Gosto de jogar agressivo, bater muitas ‘direitas’ e também usar o meu ‘slice’. Todas essas coisas são muito boas de se ter na relva”, explicou Van Rijthoven, depois da oitava vitória consecutiva em relva.

Mas nos “oitavos” vai encontrar um adversário com uma série ainda melhor. O hexacampeão Novak Djokovic (3.º) continua a melhorar o nível exibicional a cada ronda e eliminou o igualmente sérvio Miomir Kecmanovic (30.º), por 6-0, 6-3 e 6-4, somando a 24.ª vitória consecutiva sobre relva – série só superada por Bjorn Borg (41) e Roger Federer (65).

Quem também se sente cada vez melhor é Carlos Alcaraz (7.º) que irá protagonizar outro duelo interessante nos “oitavos”, com Jannick Sinner (13.º). O adolescente espanhol confessou ter realizado a sua melhor exibição sobre relva para ultrapassar o alemão Oscar Otte (36.º), em hora e meia: 6-3, 6-1 e 6-2.

Já Sinner levou mais duas horas para derrubar o norte-americano de 2,08m, John Isner (24.º), por 6-4, 7-6 (7/4) e 6-3. Mas graças aos 24 ases, Isner logrou, aos 37 anos, consagrar-se como o novo “rei dos ases”, somando agora 13.748 e destronando o croata Ivo Karlovic, que se retirara do ténis profissional com 13.728 – Roger Federer vem em terceiro dessa lista criada em 1991, com 11.478.

Ao contrário de quarta-feira, nesta sexta-feira foi um bom dia para o ténis britânico com o seu número um, Cameron Norrie (12.º) e a veterana Heather Watson – já na 12.ª participação – a qualificarem-se pela primeira vez para os oitavos-de-final de um torneio do Grand Slam.

Na metade inferior do quadro feminino, restam somente duas jogadoras do top 20: Ons Jabeur (2.ª) e Jelena Ostapenko (17.ª). Nos “oitavos”, Jabeur vai defrontar a belga Elise Mertens, campeã de pares em 2021, que eliminou Angelique Kerber (19.ª), vencedora em 2018, por 6-4, 7-5. Ao passar três rondas em Wimbledon pela segunda vez, Mertens imita as compatriotas que também bisaram esse feito: Sabine Appelmans, Dominique Monami, Kim Clijsters e Justine Hénin.

Ostapenko terá como adversária Tatjana Maria (103.ª), a primeira mulher neste século a atingir os oitavos-de-final de Wimbledon depois de ter sido mãe por duas vezes. Aos 34 anos e 328 dias, Maria é a mais velha tenista alemã a chegar tão longe num torneio do Grand Slam, depois de eliminar a grega Maria Sakkari (5.ª), por 6-3, 7-5.

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