Filipa Martins conquista bronze nas barras assimétricas dos Jogos do Mediterrâneo Oran2022

Com uma pontuação de 13,850, em parte graças ao movimento da sua autoria, “Martins”, a portuguesa conseguiu o bronze na Argélia. A vitória “soube a ouro”, disse a atleta que em Abril se lesionou no pé.

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Medalha de Filipa Martins é a terceira conquistada por Portugal em Oran2022 ALEXANDRA WEY/EPA

A atleta olímpica portuguesa Filipa Martins conquistou esta quarta-feira a medalha de bronze na final de barras paralelas assimétricas dos Jogos do Mediterrâneo Oran2022, a terceira da missão portuguesa em competição na Argélia.

Com uma pontuação de 13,850, alicerçada no movimento “Martins”, que cunhou, a atleta portuguesa conseguiu o bronze, atrás da italiana Martina Maggio (segunda com a mesma pontuação) e da italiana Giorgia Villa (que venceu o ouro com 14,000).

A 17.ª classificada nas paralelas assimétricas de Tóquio2020 conseguiu assim um novo resultado de destaque e ainda compete, de novo no pavilhão do Complexo Olímpico de Oran, na prova de trave. Martins tinha chegado limitada por uma lesão sofrida em Abril e, na qualificação, ajudou a equipa portuguesa a ser quinta classificada, mesmo tendo competido apenas em dois aparelhos.

Conseguir este resultado após a lesão “soube a ouro”, disse a atleta portuguesa. “Acho que ainda é um bocadinho difícil gerir todo o nervosismo e stress antes de entrar para ali, principalmente sabendo que estava nos primeiros lugares. Ainda sinto uma pressão acrescida. Acho que consegui gerir melhor todo esse stress hoje e dar o meu melhor… Consegui ultrapassar este obstáculo e stress e fazer o meu esquema tal como queria. Estou muito contente por isso”, partilhou a ginasta.

Esta é a terceira medalha portuguesa em Oran2022, depois da prata por equipas masculinas no ténis de mesa e do bronze na mesma disciplina, mas pela equipa feminina. A caminho do Europeu, que serve como qualificação para o grande objectivo da época - os Mundiais - é preciso “continuar os treinos” e “recuperar o pé normalmente como até aqui, tentar ficar cada vez melhor”, para poder tentar fazer mais do que só assimétricas e a trave.

A atleta olímpica podia ter conseguido outra pontuação nas assimétricas, não fosse um passo em falso na saída, mas “os ses ficam para trás”, até porque “quem esteve mais próximo esta semana” viu a portuense de 26 anos superar “alguns obstáculos” e mesmo a si mesma. “O início do ano foi atribulado para mim, por causa da lesão, e acho que me fui um bocadinho abaixo... A nossa modalidade é muito exigente, muito difícil, com poucos apoios, e temos de ser nós a ganhar a nossa própria motivação e correr atrás”, contou.

“Quero sempre mais e é por isso que continuo aqui, apesar de todas as dificuldades extra treino. O meu principal objectivo a longo prazo é Paris2024, mas penso muito dia-a-dia”, afirmou.​​​​​​​

Resultado “animador"

O seleccionador, José Ferreirinha, considera que o bronze “dá ânimo” à ginasta e que, “sem aquele passo na saída”, podia ter outra medalha, “mas é assim a competição”. “Vamos ver a questão do pé qual a melhor estratégia para lidar com isso. Mas é bom, um resultado assim enche-lhe o peito de ânimo. (...) O resultado da equipa [em Oran2022] foi bom. A perspectiva é boa”, referiu o técnico.

Este resultado “é sempre animador” a caminho dos Europeus, no qual Portugal terá uma equipa com cinco atletas, e não quatro como em Oran2022, e a expectativa é que a atleta olímpica possa apoiar, sobretudo se conseguir realizar a prova de solo ou saltos na prova de equipas, que apura para o ‘all around’.

A atleta artística portuguesa despediu-se esta quarta-feira de Oran2022, na qual conseguiu o bronze, o quinto lugar por equipas femininas, com Mariana Parente 12.ª no ‘all around’, em que Lia Sobral foi 15.ª, e José Nogueira 12.º e Filipe Almeida no 16.º no mesmo concurso, mas em masculinos, em que por equipas conseguiram o oitavo posto.

Os Jogos do Mediterrâneo Oran2022 arrancaram no sábado e decorrem até dia 6 de Julho, com mais de 3000 atletas de 26 países diferentes, incluindo 159 portugueses em 20 disciplinas.

Entre o contingente luso estão vários atletas olímpicos, como Evelise Veiga, Cátia Azevedo, Vera Barbosa, Tsanko Arnaudov, Tiago Pereira, Lorene Bazolo e Liliana Cá, a ginasta Filipa Martins, os atiradores Joana Castelão, Sara Antunes, João Costa e João Paulo Azevedo, os nadadores Ana Catarina Monteiro, Francisco Santos, Ana Rodrigues, Gabriel Lopes, Alexis Santos e Tamila Holub ou também os mesatenistas Jieni Shao e João Monteiro.

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