Estrelas britânicas aquém das expectativas em Wimbledon

Andy Murray e Emma Raducanu despedem-se do torneio britânico.

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Raducanu EPA/NEIL HALL

Desde 1984 que não havia tantos representantes do ténis britânico na segunda ronda do Torneio de Wimbledon. Mas os dois nomes mais sonantes entre esses 10 tenistas, Andy Murray e Emma Raducanu deixaram de corresponder às expectativas e desejos dos compatriotas logo na segunda ronda.

Murray (52.º) até tinha um registo imaculado frente aos “gigantes” do ténis mundial: 8-0 frente a John Isner (2,08m), 7-0 com Ivo Karlovic (2,11m) e 1-0 diante de Reilly Opelka (2,11m). Mas Isner (24.º) logrou, aos 37 anos, realizar a melhor exibição da carreira no court central do All England Club e eliminou o bicampeão de Wimbledon, por 6-4, 7-6 (7/4), 6-7 (3/7) e 6-4.

O norte-americano que, apesar do forte serviço nunca atingiu uma final de um torneio do Grand Slam, somou 36 ases e tornou-se no quinto jogador a ultrapassar os mil ases em encontros de singulares em Wimbledon.

Do lado feminino, Emma Raducanu (11.ª) continua sem conseguir confirmar o inesperado triunfo no US Open de 2021 e foi eliminada na segunda ronda pela francesa Caroline Garcia (55.ª), com um duplo 6-3, em menos de hora e meia. Mas a teenager britânica recusa a ideia de não estar a aguentar a pressão. “Tenho 19 anos e recebo muita atenção, mas sou uma campeã do Grand Slam e ninguém me vai tirar isso. Se há pressão é sobre as que não conseguiram isso”, justificou. E como não serão atribuídos pontos para o ranking WTA, várias jogadoras vão descer na tabela e, após Wimbledon, Raducanu tem garantida a entrada no top 10.

Em frente segue o número um britânico, Cameron Norrie (12.º), mas só afastou o espanhol Jaume Munar (71.º), ao fim de três horas: 6-4, 3-6, 5-7, 6-0 e 6-2.

Menos tempo, duas horas, levou o campeão em título Novak Djokovic (3.º) para derrotar Thanasi Kokkinakis (79.º), por 6-1, 6-4 e 6-2. No camarote do sérvio têm estado a família do ex-treinador Boris Becker – a namorada Lillian de Carvalho Monteiro e o filho Noah – recentemente condenado a prisão por dois anos e meio por esconder bens no valor de 2,5 milhões de libras para evitar pagar dívidas.

Carlos Alcaraz (7.º) também ganhou a Tallon Griekspoor (53.º), por 6-4, 7-6 (7/0) e 6-3, mas, entre os dez melhores tenistas no ranking ATP, apenas restam quatro, depois da eliminação de Casper Ruud (6.º). O norueguês, recente finalista em Roland-Garros, foi vítima do francês Ugo Humbert (112.º), que se impôs, por 3-6, 6-2, 7-5 e 6-4.

Destaque ainda para a derrota de Alejandro Davidovich Fokina (37.º), que na ronda anterior tinha eliminado um dos favoritos, Hubert Hurkacz (10.º). O espanhol saiu de forma inglória, pois quando cedeu o 7/8 no super tie-break decisivo, atirou a bola para fora do campo e recebeu um ponto de penalidade do árbitro português Carlos Ramos, que deu a vitória a Jiri Vesely (68.º), por 6-3, 5-7, 6-7 (7/2), 6-3 e 7-6 (10/7).

No torneio feminino, já houve três top 10 eliminadas. Anett Kontaveit (3.ª) conquistou, nos últimos 12 meses, cinco títulos e ainda esteve em mais duas finais. Mas desde que contraiu covid em Abril, não tem conseguido treinar com a energia necessária e as vitórias têm sido escassas; ontem perdeu com Jule Niemeier (97.ª), por 6-4, 6-0.

Já Garbiñe Muguruza (10.ª), campeã em Roland Garros (2010) e Wimbledon (2017) foi eliminada pelos mesmo parciais pela belga Greetje Minnen (88º) e, este ano, soma apenas um encontro ganho nos três torneios do Grand Slam realizados.

Ons Jabeur (2.ª), Maria Sakkari (5.ª) e Angelique Kerber (19.ª) passaram à terceira ronda.

Nos pares, João Sousa e o australiano Jordan Thompson venceram na ronda inicial o holandês Matwe Middelkoop e o australiano Luke Saville, por 2-6, 4-6, 7-6 (7/4), 6-3 e 6-3. Nuno Borges e Francisco Cabral estreiam-se esta quinta-feira, frente ao filipino Treat Huey e ao croata Frako Skugor, no segundo encontro do court 9.

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