Enfrentamos “uma urgência oceânica”, avisa António Guterres

Durante uma semana, de 27 de Junho a 1 de Julho, Lisboa é palco de uma conferência das Nações Unidas dedicada ao oceano. Cientistas, políticos, organizações, empresas e activistas procuram encontrar soluções para proteger o oceano. O tempo é de urgência.

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"Tomamos o oceano por garantido", diz Guterres no arranque da Conferência dos Oceanos Carolina Pescada

Os perigos que assolam os oceanos são tantos que enfrentamos “uma urgência oceânica”, equivalente à do clima, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na abertura da Conferência da ONU de 2022 sobre os oceanos, no Parque das Nações, em Lisboa.

Três mil milhões de pessoas dependem da biodiversidade costeira e marinha para sobreviver, o oceano fornece quase metade de todo o oxigénio que respiramos e, no entanto, todos os anos deitados oito milhões de toneladas de detritos de plástico nos mares, que ameaçam a segurança e sobrevivência das populações de peixes”, tinha diagnosticado antes o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, que com Marcelo Rebelo de Sousa preside à conferência, organizada pelos dois países.

“Há cinco anos, na primeira conferência dos oceanos l [em Nova Iorque] lancei um apelo aos países para que apresentassem iniciativas e parcerias para a gestão dos oceanos, a protecção das pescas e muitas foram avançadas”, considerou António Guterres. Desta vez, convidou os Estados a apoiarem quatro recomendações.

“A primeira é para que todas as partes invistam mais nos oceanos de forma sustentável, para cumprir o objectivo de produzirmos seis vezes mais alimentos no mar e 40 vezes mais energia”, avançou o secretário-geral da ONU. A segunda diz respeito à protecção dos oceanos, nomeadamente da poluição marítima e com origem em terra. “A terceira diz respeito tanto à protecção dos oceanos como das populações que deles dependem dos efeitos das alterações climáticas”, disse ainda Guterres. A última diz respeito a uma proposta do secretário-geral das Nações Unidas para criar sistemas de alerta precoce para fenómenos atmosféricos ou climáticos extremos, como furacões ou ondas de calor.

O estado de saúde dos oceanos – que não é bom –, o papel que desempenham na regulação do clima e a importância económica que podem vir a ter para nós, em actividades como a produção de energia, serão temas centrais do debate da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que junta mais de 7000 pessoas de 142 países Parque das Nações, em Lisboa, a partir desta segunda-feira e até sexta.

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