Crónica dos dias que correm: era uma vez o Sistema Nacional de Saúde

Reflexões de uma utente

Há quase 22 anos, cheguei a Lisboa por volta das 11h da manhã, após uma penosa escala em Paris. Partira na véspera, atabalhoadamente, de Nova Iorque, sem sequer passar por casa para reunir bens imprescindíveis; despedira-me do marido e de três amigos, na incerteza de voltar a vê-los. Na minha cabeça, ressoavam desordeiramente fragmentos da sentença que o director do serviço clínico da universidade vertera sobre mim horas antes: “mediastino”, “três meses”, “tratamentos caros”. Duas palavras, secas e irrevogáveis, para resumir: gravíssimo; condenada. Aconselhou-me a regressar ao meu país de imediato e acrescentou um comentário irónico sobre a medicina portuguesa (que talvez nem conhecesse).

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