Personalidades pedem um “ministério da diáspora e da língua portuguesas”

Assinalando o 10 de Junho, é lançado um documento com uma nova estratégia para a ligação do Estado português com os emigrantes e luso-descendentes.

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O professor catedrático André Freire é um dos subscritores do documento Miguel Manso

A “criação de um novo ministério da diáspora e da língua portuguesas” em conjunto com uma reforma orgânica” na ligação entre o Estado e as comunidades de emigrantes portugueses e de luso-descendentes, é reivindicada num documento divulgado neste 10 Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.

Intitulado “Portugal: potência mundial de soft power”, o documento a que o PÚBLICO teve acesso e que está a ser divulgado na net, em site próprio, é subscrito por um grupo de personalidades como André Freire, professor catedrático do ISCTE, Filipe Vasconcelos Romão presidente da Câmara de Comércio Portugal – Atlântico Sul, Amadeu Basto de Lima, ex-presidente da Câmara da Azambuja e ex-administrador da EDIA, Isabel Barradas, quadro externo do MNE no consulado de Bordéus e João Pedro Pereira, ex-director da AICEP e adido e conselheiro económico de embaixadas portuguesas.

A defesa da criação de um ministério está ligada à ideia de que “o sistema consular precisa de uma revolução 4.0”. Lembram que “a escassez de recursos humanos e técnicos e o excesso de burocracia têm sido razões apontadas para a inoperância e morosidade dos serviços consulares”, além da “distância, por vezes de centenas de quilómetros, que dificulta o acesso de muitos emigrantes aos consulados”.

Para caracterizar o abandono da diáspora pelo Estado dão, como “exemplo paradigmático das lacunas da rede consular”, o que se passou nas legislativas em que “a gestão do recenseamento eleitoral dos portugueses residentes no estrangeiro” acabou por ter “reflexos profundamente negativos”.

Os subscritores frisam que “Portugal é o primeiro país da União Europeia com mais emigrantes em percentagem da população e o oitavo do mundo”. Ou seja, “em cada três portugueses, um vive fora de Portugal”.

E citam o último relatório do Observatório da Emigração, para afirmar que “há mais de 2,6 milhões de cidadãos portugueses que nasceram em Portugal a viver no estrangeiro, o valor mais alto desde 1960”.

Além de que, acrescentam, se se falar de portugueses e luso descendentes a diáspora atinge seis milhões de pessoas. Além de que há “mais de 600 eleitos para funções públicas em dezenas de países”.

Considerando que “a diáspora portuguesa tem sido uma das maiores fontes de financiamento externo do sistema financeiro e da economia portuguesas”, os subscritores defendem que ela “tem merecido uma infinitésima parte dos recursos e da atenção por parte dos poderes públicos em Portugal, a começar pelo governo”. Quando os portugueses no estrangeiro “são os melhores embaixadores de Portugal no mundo”, afirmam os subscritores.

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