Enfermeiros denunciam falta de condições no centro de vacinação de Santa Maria da Feira

Sindicato alega que o espaço de trabalho dos oito enfermeiros presentes no local é reduzido, não havendo as condições mínimas de distância de segurança. Agrupamento de Centros de Saúde diz que tem os meios necessários.

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Fila de utentes à porta do Centro de Vacinação Covid-19, em Santa Maria da Feira, numa fotografia enviada pelo Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos e Ilhas DR

Uma redução do espaço, cedido pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, para o Centro de Vacinação Covid-19 já levou neste sábado o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos e Ilhas (SITEU) a denunciar as condições em que estão a trabalhar os oito enfermeiros presentes no local, assim como a fila de espera de utentes que ficaram horas na rua à chuva.

Segundo o SITEU, neste momento o espaço, localizado no Europarque, não oferece as condições mínimas de distância de segurança exigida para as funções que os enfermeiros ali desempenham.

Refere o sindicato em comunicado que “a sala de espera é insuficiente para tamanha afluência e os utentes têm que aguardar no exterior à chuva durante horas”, o que, esta manhã, já levou os utentes a demonstrarem o seu descontentamento “devido aos atrasos e confusões constantes, apresentando queixas ao minuto”.

“Os enfermeiros presentes no local temem pela sua segurança e integridade física”, sublinha o SITEU, acrescentando que “estão marcadas 1117 vacinas para quatro boxes (8 enfermeiros) das 9 às 17 horas”.

O sindicato alerta ainda para o facto de o CVC estar a funcionar em regime de casa aberta,” o que permite que apareça quem quiser aparecer o que aumenta significativamente a carga de trabalho destes enfermeiros que já não têm mãos a medir”.

Acresce ainda a estas queixas mais dois factos: o primeiro é que apenas existe um WC disponível que é partilhado entre profissionais e utentes. E o segundo é que apenas existem dois assistentes operacionais e três assistentes técnicos que “não são suficientes para a excessiva afluência que se está sentir naquele local”.

Questionado pela Lusa sobre se estão a ser asseguradas as condições mínimas de distância, o director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Feira Arouca, António Alves, diz que sim e assegura que não há falta de capacidade para os utentes.

“Estamos ali para servir as pessoas, vamos fazer o nosso melhor possível. Estamos bem dimensionados. Acima disto é desperdício. Na próxima semana [sexta-feira e sábado, dias 10 e 11 de Junho], se acontecer alguma espera e se de facto tivermos um afluxo concentrado, haverá condições de poder acolher as pessoas no interior e sentados.”.

António Alves recordou que no máximo da capacidade, com seis “boxes”, chegaram a vacinar 2100 pessoas.

“Neste momento temos quatro boxes, com oito enfermeiros mais a enfermeira coordenadora, e estamos a vacinar cerca de 1000. Até à hora de almoço de hoje, havia 500 utentes vacinados e a estimativa era ter mais 300 utentes até às 17h00.”

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