Na sua 14.ª final, Nadal enfrenta o estreante Ruud

Lesão grave impediu Alexander Zverev de lutar por um lugar na final

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EPA/YOAN VALAT

No dia em que celebrou 36 anos, Rafael Nadal garantiu a presença na final do Torneio de Roland-Garros, a 14.ª na carreira do espanhol que transformou em títulos todas as 13 presenças anteriores no derradeiro dia de prova. Após qualificar-se com uma vitória agridoce, já que Alexander Zverev lesionou-se gravemente na parte final do segundo set e teve de abandonar, Nadal vai procurar estender o seu reinado no torneio francês perante o norueguês Casper Ruud, um adversário que nunca defrontou.

Nadal estava a sentir grandes dificuldades diante de Zverev, sob condições muito húmidas devido ao tecto do court estar encerrado, talvez por acusar o desgaste das rondas anteriores, em especial, do duelo intenso, dois dias antes, com o rival Novak Djokovic, que terminou depois da uma da manhã. No primeiro set, o alemão serviu a 4-2 e liderou o tie-break por 6/2, antes de desperdiçar quatro set-points. No segundo set, marcado por sete breaks nos oito jogos iniciais. Zverev serviu para fechar, a 5-3, mas cometeu três duplas-faltas, permitindo nova reacção do espanhol.

Contudo, a boa exibição do alemão terminou ao fim de três horas, com um grito de dor. Zverev torceu o tornozelo, rolou pelo chão aos gritos de dor e saiu do court em cadeira de rodas. Regressou minutos mais tarde, apoiado em duas canadianas, apenas para cumprimentar Nadal e o árbitro.

“É muito difícil dizer alguma coisa nesta situação. Todos sabem que estar mais uma vez na final de Roland-Garros é um sonho, sem dúvida. Mas, ao mesmo tempo, vê-lo chorar foi um momento muito difícil”, disse Nadal ainda no court Philippe Chatrier, após a meia-final que terminou, oficialmente, com os parciais de 7-6 (10/8), 6-6.

Com a derrota de Novak Djokovic nos quartos-de-final e agora a eliminação de Zverev, o topo do ranking mundial vai ser reocupado, no dia 13 de Junho, por Daniil Medvedev. Como os tenistas russos estão proibidos de competir na Grã-Bretanha e caso recupere fisicamente, Zverev, que irá subir ao segundo lugar, será o cabeça de série n.º 1 do torneio de Wimbledon, que começa a 27 de Junho.

Esta será a 30.ª final de torneios do Grand Slam com a presença de Nadal – menos uma que Djokovic e Roger Federer. O espanhol, que, em Janeiro, conquistou o 21.º major, no Open da Austrália, tinha sido o próprio a protagonizar a última desistência numa fase tão adiantada de um Grand Slam, quando abandonou diante de Juan Martin del Potro, nas meias-finais do Open dos EUA de 2018.

Nadal é o segundo mais velho finalista no torneio francês – só mais novo que Bill Tilden, finalista em 1930 – e, no domingo, tentará ser o mais velho campeão de Roland-Garros, quando defrontar Casper Ruud.

Mas os problemas no pé esquerdo que o impediram de preparar-se da forma desejada para Roland-Garros estão bem presentes. “Prefiro perder a final de domingo e ter um novo pé. Teria uma vida feliz com um pé novo. Ganhar é bonito, mas a vida é muito mais importante do que qualquer título, em especial, depois da carreira que tive”, adiantou Nadal.

Na segunda meia-final, Ruud (8.º) derrotou o croata Marin Cilic (23.º), por 3-6, 6-4, 6-2 e 6-2. Cilic só conseguiu repetir as exibições nas rondas anteriores, em que eliminou Daniil Medvedev (2.º) e Andrey Rublev (7.º), no set inicial. Mas ao fim de praticamente uma hora, Ruud conseguiu concretizar o primeiro de cinco break-points, para adiantar-se para 2-1, no segundo set, e abalar a “fortaleza” croata, ao mesmo tempo que encontrava a tranquilidade necessária para manter o ascendente.

Perto de completar três horas de jogo – e após uma interrupção de 15 minutos para retirar uma activista que invadiu o court e prendeu-se à rede – o norueguês de 23 anos terminou com o 16.º ás para se tornar no primeiro tenista desde Robin Soderling, em 2009, a chegar à final quando nunca tinha ultrapassado da terceira ronda em Paris.

Neste sábado (14 horas em Portugal), realiza-se a final feminina, onde a número um do ranking mundial e invencível há 34 encontros, Iga Swiatek, vai tentar repetir o sucesso de 2020 diante da norte-americana e estreante em finai de majors, Coco Gauff (23.ª).

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