Famílias

No Dia dos Irmãos, queremos ver-te com os teus. Envia-nos a tua foto de infância preferida

Mariana Durães
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Mariana Durães

É com eles que aprendemos a partilhar (a última bolacha ou a atenção dos pais), a brincar e a rir, mas são também eles que nos fazem perder a cabeça — para depois aprendermos a fazer as pazes. Assim é ser irmão ou irmã, dividir memórias e piadas privadas, ter a responsabilidade de cuidar e de amar. 

No Dia dos Irmãos, queremos conhecer os teus. Qual a vossa fotografia de infância de que mais gostas? A mais engraçada ou que mais te faz sorrir? Envia-nos, até esta quarta-feira, 1 de Junho, a tua fotografia preferida, em formato .jpg ou .png, com indicação do teu nome e com o tópico "Dia dos Irmãos" no assunto do email, para o endereço publicop3@gmail.com. Se quiseres, junta uma descrição e conta-nos mais sobre o momento. Vamos publicar as que mais gostarmos.

Inês Silva
Esta foto é representativa de mim (frente) e da minha irmã (atrás): eu destemida porque sempre tive a minha irmã a apoiar-me na retaguarda. She always has my back.
Esta foto é representativa de mim (frente) e da minha irmã (atrás): eu destemida porque sempre tive a minha irmã a apoiar-me na retaguarda. She always has my back. Rosa Matos
De mãos dadas na foto e na vida.
De mãos dadas na foto e na vida. Carla Araújo
Da esquerda para direita: Lorena (1994), Gabriel (1992) e eu, Eduardo (1996). Itamaraju - BA, Brasil, em algum momento no final do século XX.
Da esquerda para direita: Lorena (1994), Gabriel (1992) e eu, Eduardo (1996). Itamaraju - BA, Brasil, em algum momento no final do século XX. Eduardo Pinheiro
Beatriz Quintiliano
"Quando a cor preferida da mãe é amarelo, há amarelo por todo o lado. Quer gostem, quer não!"
"Quando a cor preferida da mãe é amarelo, há amarelo por todo o lado. Quer gostem, quer não!" Vera Branco
Tenho saudades do meu melhor amigo.
Tenho saudades do meu melhor amigo. Raquel Pereira
Na quinta de Santo Inácio, em Vila Nova de Gaia.
Na quinta de Santo Inácio, em Vila Nova de Gaia. Nuno Montenegro
Eu e as minhas duas irmãs mais novas na Costa da Caparica, 1972. A idade da inocência e da felicidade pura.
Eu e as minhas duas irmãs mais novas na Costa da Caparica, 1972. A idade da inocência e da felicidade pura. Claudia Wermelinger
Por volta de 1952 fomos de comboio ao Porto para tirar esta fotografia num fotógrafo conhecido, o que foi para nós uma aventura.
Estamos todos muito sérios, com excepção do mais novo, pois aguentávamos a “pose” há minutos enquanto o mais novo corria divertidíssimo da nossa fila para o fotógrafo e vice-versa. Finalmente o fotógrafo conseguiu o instantâneo na fração de segundo em que alinhávamos os 5.
Por volta de 1952 fomos de comboio ao Porto para tirar esta fotografia num fotógrafo conhecido, o que foi para nós uma aventura. Estamos todos muito sérios, com excepção do mais novo, pois aguentávamos a “pose” há minutos enquanto o mais novo corria divertidíssimo da nossa fila para o fotógrafo e vice-versa. Finalmente o fotógrafo conseguiu o instantâneo na fração de segundo em que alinhávamos os 5. Maria Emília de Almeida Tavares
Tomás “exigiu” dormir na maternidade quando a irmã Júlia nasceu (26 de novembro de 2010) e que colocássemos o berço dela junto à sua cama para ser ele a “tomar conta da irmã”. Também fez questão de dar a primeira papa à Júlia.
Tomás “exigiu” dormir na maternidade quando a irmã Júlia nasceu (26 de novembro de 2010) e que colocássemos o berço dela junto à sua cama para ser ele a “tomar conta da irmã”. Também fez questão de dar a primeira papa à Júlia. Manuela Gomes
Fotografia tirada em 1974  em casa dos avós paternos, nas Furnas, onde íamos passar os fins de semana. João  com 10 meses e Gabriela com 6 anos.
Fotografia tirada em 1974 em casa dos avós paternos, nas Furnas, onde íamos passar os fins de semana. João com 10 meses e Gabriela com 6 anos. Gabriela Oliveira
Minha mãe e minha tia com 2 e 3 anos de idade. Fotografia tirada no início dos anos 40 do século passado. Felizmente, hoje com 80 e 78 anos ainda estão por cá para tirar mais umas fotografias.
Minha mãe e minha tia com 2 e 3 anos de idade. Fotografia tirada no início dos anos 40 do século passado. Felizmente, hoje com 80 e 78 anos ainda estão por cá para tirar mais umas fotografias. Gabriela Oliveira
Sandra Semblano
Madalena Schwarz
Não sei quem tirou esta fotografia captada algures nos primeiros anos da década de setenta do século passado. 

Não tenho memória alguma deste momento - não me recordo da viagem ou do destino, de ter subido para as costas do meu pai, da razão porque paramos ali, naquela berma daquela estrada, não me recordo da estrada - mas não preciso das recordações específicas para fazer a legenda da foto.

Naquele tempos a família saía junta quase todos os fins de semana, era como um sistema de aprendizagens informais. O transporte era o velho e infatigável Fiat 124 uma espécie de animal de estimação cujos humores e caprichos faziam parte da mecânica do grupo.

Vamos a caminho da praia suponho, é verão. Paramos ali porque talvez haja uma fonte a jorrar água inquestionavelmente pura e cheia de propriedades curativas por perto. Num mundo sem estações de serviço e raros cafés fora das localidades, parava-se sempre que o caminho de uma nascente se cruzava com o nosso para encher os garrafões que ocupavam a mala do carro.

Íamos os três irmãos à solta no banco de trás. Sem cintos de segurança, sempre à bulha e a implicar uns com os outros, eu hipnotizada pela estrada que o carro deixava nas nossas costas, as janelas abertas e as cabeças dos meus irmãos de fora, porque o vento, como é sabido, cura o enjoo.

Quando a estrada era "mansinha" e o carro acelerava, púnhamos os braços de fora e cortávamos o ar como se fosse gelatina ou tentávamos tocar a vegetação que se curvava sobre a estrada, ganhava quem mais folhas conseguisse arrancar. 

No tempo das amoras, corríamos a ver quem mais conseguia apanhar. Mas no final só havia vencidos, a ambição era mais fraca do que a gula.
Não sei quem tirou esta fotografia captada algures nos primeiros anos da década de setenta do século passado. Não tenho memória alguma deste momento - não me recordo da viagem ou do destino, de ter subido para as costas do meu pai, da razão porque paramos ali, naquela berma daquela estrada, não me recordo da estrada - mas não preciso das recordações específicas para fazer a legenda da foto. Naquele tempos a família saía junta quase todos os fins de semana, era como um sistema de aprendizagens informais. O transporte era o velho e infatigável Fiat 124 uma espécie de animal de estimação cujos humores e caprichos faziam parte da mecânica do grupo. Vamos a caminho da praia suponho, é verão. Paramos ali porque talvez haja uma fonte a jorrar água inquestionavelmente pura e cheia de propriedades curativas por perto. Num mundo sem estações de serviço e raros cafés fora das localidades, parava-se sempre que o caminho de uma nascente se cruzava com o nosso para encher os garrafões que ocupavam a mala do carro. Íamos os três irmãos à solta no banco de trás. Sem cintos de segurança, sempre à bulha e a implicar uns com os outros, eu hipnotizada pela estrada que o carro deixava nas nossas costas, as janelas abertas e as cabeças dos meus irmãos de fora, porque o vento, como é sabido, cura o enjoo. Quando a estrada era "mansinha" e o carro acelerava, púnhamos os braços de fora e cortávamos o ar como se fosse gelatina ou tentávamos tocar a vegetação que se curvava sobre a estrada, ganhava quem mais folhas conseguisse arrancar. No tempo das amoras, corríamos a ver quem mais conseguia apanhar. Mas no final só havia vencidos, a ambição era mais fraca do que a gula. Margarida Portugal