Alexander Zverev e Carlos Alcaraz sobrevivem a fortes ameaças em Roland Garros

Na véspera, também Stefanos Tsitsipas esteve em grandes dificuldades.

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Carlos Alcaraz EPA/YOAN VALAT

Alexander Zverev e Carlos Alcaraz estiveram a um ponto de serem eliminados do Torneio de Roland-Garros. Mas a razão porque não o foram é a mesma que faz deles dois dos principais favoritos ao título. No momento mais importante, ambos elevaram o nível de jogo e encontraram uma forma de sair da situação delicada em que foram colocados pelos adversários, curiosamente, os vencedores das duas últimas edições do Millennium Estoril Open, e avançaram para a terceira ronda mais fortes ainda.

“Quando se fala em força mental, fala-se de certos jogadores, os grandes, Roger, Rafa, Novak, que encontram sempre solução nos momentos mais difíceis. Nunca irei estar ao nível deles, mas tento aproximar-me e isso é uma coisa que preciso de fazer”, afirmou Zverev (3.º ATP), depois de vencer, por 2-6, 4-6, 6-1, 6-2 e 7-5, Sebastian Baez (36.º) – que há três semanas, conquistou o seu primeiro título ATP, em Portugal.

O argentino de 21 anos chegou a liderar o quinto set, por 4-0 (40-15), mas não conseguiu estender a vantagem. Ainda assim, dispôs de um match-point, a 5-4, salvo por Zverev com um serviço a 208km/h. Mas o alemão terá mesmo de melhorar se quiser ir longe na metade do quadro onde estão Alcaraz, Djokovic e Nadal. Zverev ganhou 44% dos pontos disputados do fundo do court, apenas 47% com o seu segundo serviço e cometeu 97 erros não forçados.

Alcaraz (6.º) também somou bastantes erros, 74, mas compensou com o mesmo número de winners e com uma atitude e fibra que o levou a superar o também espanhol, Albert Ramos-Vinolas (44.º), por 6-1, 6-7 (7/9), 5-7, 7-6 (7/2) e 6-4.

O tenista de 19 anos salvou um match-point, a 4-5 do quarto set, e recuperou de 0-3 no set decisivo para, ao fim de quatro horas e meia, somar a 30.ª vitória da época. “Sabia que ia ter as minhas oportunidades no final do quarto set. Claro que foi duro, salvar um match-point é sempre duro, mas acreditei em mim”, afirmou Alcaraz, que terá agora pela frente o norte-americano Sebastian Korda

Na noite anterior, Stefanos Tsitsipas (4.º) teve de recuperar de 0-2 em sets diante do italiano Lorenzo Musetti (66.º) – que no ano passado, tinha assinado proeza idêntica, diante de Novak Djokovic, antes de desistir exausto no quinto set. “As coisas não são fáceis e eu recuso desistir. Nunca pensamos que temos de recuperar de 0-2 em sets, mas sim ponto a ponto e esperamos que os esforços sejam recompensados a longo prazo”, resumiu o grego, após vencer, por 5-7, 4-6, 6-2, 6-3 e 6-2, num encontro que terminou depois da meia-noite e meia.

Novak Djokovic venceu, por 6-2, 6-3, 7-6 (7/4) o eslovaco Alex Molcan (34.º), agora treinado pelo seu ex-treinador, Marian Vajda, e somou a 83.ª vitória em Roland-Garros – o seu melhor registo em torneios do Grand Slam.

No torneio feminino, Karolina Muchova (81.ª) brilhou para eliminar a grega e semifinalista de 2021, Maria Sakkari (3.ª), por 7-6 (7/5), 7-6 (7/4). E as representantes do top 10 do ranking WTA ficaram reduzidas a metade. A checa, que ganhou todos os quatro duelos que já travou com adversárias do top 3, dispôs de 16 break-points ao longo do encontro, mas só aproveitou três, o que a obrigou a trabalho extra nos tie-breaks.

Nos pares, João Sousa e Nikoloz Basilashvili foram afastados pela dupla Miomir Kecmanovic/Nicholas Monroe, com um duplo 6-4. Nesta quinta-feira, Sousa (63.º) discute a passagem à terceira ronda de singulares com o italiano Lorenzo Sonego (35.º), no segundo encontro do court n°13 (cerca das 11h30 portuguesas). No último encontro do court 10, será a vez de Francisco Cabral se estrear num torneio do Grand Slam, ao lado de Holger Rune, tendo pela frente os franceses Richard Gasquet e Jo-Wilfred Tsonga – se este último estiver em condições físicas de competir.

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