Tulipa recorda turbilhão de emoções na final da Taça

Treinador explica as dificuldades sentidas para levar uma equipa despromovida ao Jamor.

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Tulipa NFACTOS/FERNANDO VELUDO

Actualmente responsável técnico pelos sub-23 do Marítimo, Manuel Tulipa era, em 2009/10, o treinador do Desp. Chaves e recorda essa final como um momento triplamente desafiante: “Pelo adversário, que tinha uma das melhores equipas, com jogadores como o Falcao e o Hulk; pela despromoção do Chaves e pela crise que o clube vivia”, recorda, recuperando o trabalho desenvolvido para fintar a frustração e angústia do grupo.

“Foi um turbilhão incrível de emoções. Saber que podíamos conquistar um título histórico, apesar da precariedade e da falta de condições. Ao mesmo tempo, tínhamos de esquecer tudo o que estávamos a atravessar. O desafio era isolar esse jogo. No dia da final, depois do apito inicial, sabíamos que era possível entrar em modo de competição. O problema foi durante a semana, com a incerteza não só do futuro como do presente, com vencimentos em atraso e um cenário muito complicado, agravado pela despromoção”, revive Tulipa.

Apesar de tudo e da montanha-russa de sentimentos, “da dificuldade para preparar o jogo no plano estratégico, criando uma identidade forte, a equipa entrou muito bem, com um remate ao poste nos primeiros cinco minutos”, azar que não ajudou a nivelar um campo demasiado íngreme até para os transmontanos.

“O Tondela enfrentará alguns dos problemas com que nos debatemos. Mas trata-se de uma equipa que fez sete épocas na I Liga e que este ano chegou a ser competitiva nos jogos com os grandes,” – perdeu 2-1 na Luz aos 88 minutos, depois de ter estado em vantagem.

“Os jogadores dificilmente terão a cabeça limpa para, emocionalmente, conseguirem estar focados perante estas circunstâncias. E isso, com um adversário como o FC Porto, é ainda mais difícil de superar”.

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