Cartas ao director

A covid veio mesmo para ficar?

Já nada é como dantes, em que os vírus gripais tinham a tendência para só se detectarem, com maior incidência, nos meses mais frios do ano. Por via da pandemia, o perigo da covid-19 ser contraída é uma realidade do quotidiano de cuja ameaça já ninguém parece poder fugir. Verdade que uma boa parte da população está vacinada e assim surge muito mais forte para resistir à doença, mas isso não significa que não se tomem todos os cuidados. As máscaras são incómodas, há quem respire mal com o seu uso, mas são uma segurança que não deve ser negligenciada de todo. O número avassalador de casos diários que nos continuam a bater à porta, enquanto país, comprova que ainda não estará para breve vermo-nos livres do vírus que, atacando mais numas alturas do ano do que em outras, mostra acima de tudo que ainda está e continuará a estar presente no nosso quotidiano. Resta a todos e a cada um manter mecanismos de defesa que alertem para a sua prevenção e tudo fazer, através de uma estratégia de autodefesa, para que a saúde nos ajude a fazer-lhe face. Já basta o receio, e que toma conta de todos numa interrogação constante, de que a covid tenha vindo mesmo para ficar...

Eduardo Fidalgo, Linda-a-Velha

​A caminho da 6.ª vaga

O Governo precipitou-se ao aliviar as medidas de contenção de combate à covid-19. Os casos diários não param de aumentar. O índice de transmissibilidade disparou. Só no Hospital Geral de São João, no Porto, há 200 funcionários infectados com o vírus. O Governo não resistiu a copiar os alívios de outros países. A ministra da Saúde diz que o Governo acompanha a situação. É preciso actuar quanto antes. Mais valia ter mantido a obrigatoriedade do uso de máscaras de protecção em recintos fechados. E agora, vai fazer marcha-atrás, ou vai continuar a assobiar para todos os lados?

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Kiev às costas

A manchete de ontem do PÚBLICO reflecte o perplexo em relação ao “vício” das indiscrições e das originalidades do Presidente da República, sobre o anúncio antecipado da visita do primeiro-ministro a Kiev. Durante, e depois, da sua última eleição, saltaram os habituais comentários sobre a sua actuação futura e a relação com o primeiro-ministro. Das relações pouco se sabe, mas os tiros no pé já são suficientes para que se modere. Além de ser assunto de Estado, de que o Presidente tanto faz menção, trata-se de um problema grave de segurança de um primeiro-ministro. Bom, mas vêm aí as romarias e as festas populares onde haverá foguetório a rodos e visitas com agenda completa. Que se cuide Marques Mendes quando o Presidente deixar o cargo.

António Santos, S. Domingos de Rana

Carmo Afonso e as aventuras do PSD

Não sou militante de nenhum partido mas confesso que ando com vontade de voltar a votar no PSD. Se calhar vou ficar pela vontade, tinha esperança em Jorge Moreira da Silva mas, chamem-lhe o que quiserem, para mim é essencial um não inequívoco ao Chega. Como tal não tenho problema nenhum em assinar por baixo, porque a direita não é em termos ideológicos toda igual. Obrigada a Carmo Afonso pelo “desempoeiramento” intelectual.

Maria Silva, Lisboa

A extrema direita e a conspiração

A definição sobre a teoria do “Great Replacement” foi a de uma mentira. Acredito que essa mesma definição deve ser mudada para teoria da conspiração. A verdade é que uma mentira tem sempre perna curta, e é fácil de desmontar. Uma teoria da conspiração funciona como ataque psicológico. De acordo com Mark Fenster, uma teoria da conspiração não é apenas uma forma paranóica de navegar o mundo, mas sim uma narrativa com poder explicativo que abrange todos os fenómenos sociais e preenche o desejo do ser humano para compreender o mundo. Levando então esta definição temos três vantagens: 1) pessoas como Tucker Carlson continuarão a ser responsáveis pelo que dizem; 2) compreenderemos melhor o aspecto psicológico de quem comete massacres; 3) A supremacia branca passa a ser lidada como uma teoria falsa, composta por factos não correlacionados que têm de ser desvinculados.

Hugo Ferreira, Carregado

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