A um ponto do título, Sérgio Conceição distancia-se de festejos e aponta ao Benfica

Técnico portista diz que o foco está inteiramente virado para o jogo da próxima semana. “Dragões” visitam Estádio da Luz e podem ser coroados campeões já este domingo caso Sporting não vença.

Foto
Sérgio Conceição LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO

O FC Porto está um ponto do título nacional e pode, até, festejar já este domingo “no sofá” – caso o Sporting não vença o Gil Vicente em Alvalade. Apesar de os “dragões” farejarem já bem de perto o 30.º campeonato da sua história, Sérgio Conceição rejeita entrar em festas, colocando a mira já no jogo da próxima semana frente ao Benfica.

“Prefiro é ser campeão. [Se é no sofá ou no campo] Não é o mais importante. O importante é chegarmos ao final do campeonato e termos mais pontos do que o segundo classificado. Agora é preparar o jogo contra o Benfica da melhor forma e olhar para quilo que eles fizeram na Madeira. Essa é a nossa concentração e o nosso foco”, respondeu Conceição quando questionado sobre se preferia ser campeão no relvado ou após um deslize do Sporting.

Identificando algumas falhas após o segundo golo – que permitiram que o Vizela chegasse ao empate no arranque do segundo tempo –, Sérgio Conceição considera que os quase 47 mil espectadores que se deslocaram ao Dragão foram fundamentais para galvanizar a equipa “azul e branca”.

“A partir dos trinta e poucos minutos, começámos a ter uma posse não muita objectiva, não olhando aquilo que é a baliza do adversário. Quando assim é não é bom sinal. Numa dessas perdas de bola, o adversário saiu para o ataque de forma rápida e com qualidade. Na segunda parte, no segundo remate enquadrado do Vizela – com um ressalto – faz o segundo golo e aí poderia criar alguma intranquilidade nos jogadores. O público foi fundamental para não deixar a equipa cair nessa intranquilidade”, explicou.

Um dos momentos dos jogos mais partilhado nas redes sociais foi o de um abraço entre Sérgio e Francisco, pai e filho, após o 4-2 dos portistas. Questionado se este abraço entre treinador e jogador teve um significado especial, o técnico garante que não dá privilégio especial ao filho e que o momento foi espontâneo.

“O Francisco é um menino, às vezes esqueço-me que está a jogar. Ele meteu as pernas em cima de mim duvido que outro jogador o faça (risos). Ele ainda é menino, pensa que tem três ou quatro anos. Entrou bem como entraram os outros. É sempre um golo importante num momento também importante que nos deu a possibilidade de fechar o jogo com justiça e com uma margem mais folgada. Olho para o Francisco exactamente da mesma forma como olho para os outros. Isso está muito claro na minha cabeça e no meu comportamento”.

Álvaro Pacheco elogia equipa

O Vizela não saiu do Estádio do Dragão com pontos este sábado, mas Álvaro Pacheco ficou agradado com a atitude demonstrada pelos jogadores e pelo facto de a equipa minhota ter conseguido recuperar de uma desvantagem de dois golos.

“Penso que até aos lances do primeiro e segundo golo do Porto estávamos a controlar o jogo. O nosso objectivo era entrar com uma mentalidade muito forte aqui, sermos competitivos e discutirmos o jogo”, resumiu o técnico.

O golo inaugural da partida teve origem num erro do guarda-redes do Vizela, Pedro Silva, aproveitado com a máxima eficácia por Evanilson. Questionado sobre o que dirá ao jogador nos próximos dias relativamente a este lapso – que comprometeu o arranque dos minhotos –, Álvaro Pacheco desdramatizou.

“Faz parte. Acho que o Pedro é um grande talento, um jogador com potencial muito grande. É a primeira época dele na I Liga. São pequenos incidentes e erros e ele tem de ser capaz de ultrapassar isso. Estas pequenas incidências vão deixá-lo muito mais forte e mais preparado para o próximo jogo. Nós crescemos com erros.”

A equipa minhota está seis pontos acima da “linha da água”, podendo ficar mais perto dos lugares de despromoção caso o Tondela some pontos frente ao Paços de Ferreira na próxima segunda-feira. Álvaro Pacheco acredita que a equipa conseguirá manter-se na I Liga, relembrando que muitos dos seus jogadores nunca tinham, antes desta época, pisado os grandes palcos do futebol nacional. Por isso, acredita, estão a ser construídos os alicerces de uma equipa sólida no futuro: “Para o ano vamos ser uma equipa muito mais forte, competitiva e muito mais atractiva.”

Sugerir correcção
Comentar