Roma de Mourinho quase trazia a vitória de Leicester

Italianos adiantaram-se e defenderam sem pudor vantagem que podia ter encurtado o caminho para a final da Liga Conferência.

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José Mourinho, treinador da Roma, voltou a Inglaterra Reuters/PAUL CHILDS

No regresso a Inglaterra, onde a Roma esteve perto de conseguir importante vitória na primeira mão da meia-final da Conference League, José Mourinho — recordista, com 11 presenças nesta fase — mostrou nesta quinta-feira ser a verdadeira raposa, que por pouco não surpreendeu o Leicester do seu velho conhecido Brendan Rodgers, impotente para ir além de uma igualdade (1-1) muito sofrida.

A Roma não podia desejar uma entrada mais auspiciosa, com um golo de Lorenzo Pellegrino ao virar do primeiro quarto de hora de jogo a sublimar a eficácia de uma equipa que só precisava de sair na frente.

A vantagem conseguida pelos italianos serviu para vincar a ideia de jogo de José Mourinho para enfrentar o antigo discípulo, agora à frente de um Leicester de maior propensão ofensiva, como aliás lhe competia nesta partida perante o público inglês.

Com Chris Smalling a comandar a muralha romana, foi preciso uma pequena falha defensiva para que o Leicester, sob a batuta de Maddison, recuperasse a esperança. Perante a ameaça de Lookman, Mancini e Patrício nada puderam fazer para evitar o empate (67’), obrigando a Roma a reformular uma abordagem que começava a tornar-se demasiado penosa e exigente para Rui Patrício.

Já sem Mkhitaryan (lesionado) e com Sérgio Oliveira no lugar de Zaniolo, a Roma recuperou o equilíbrio e mostrou que tinha uma palavra a dizer, com o médio português cedido pelo FC Porto a ameaçar Schmeichel e a ficar muito perto do 1-2, que não aconteceu e penalizaria demasiado os ingleses.

Igualmente emocionante, o Feyenoord-Marselha prometeu um passeio para os neerlandeses, que aos 20 minutos já venciam por 2-0, com golos de Cyriel Dessers (18’) e Sinisterra (20’). Mas o duelo entre dois antigos campeões europeus tinha muito mais para oferecer, a começar pela pronta reacção do Marselha, a reduzir por Bamba Dieng (28’) e a igualar a partida por Gerson (40’), perante uma banheira (De Kuip) incrédula.

A emoção transbordaria no primeiro lance da segunda parte, com os franceses a saírem com bola em sucessivos atrasos até ao passe fatal de Caleta-Car para o guarda-redes Mandanda, demasiado lento para emendar o passe defeituoso do central croata e impedir o sprint imparável de Dressers, que fixou o resultado final.

No outro jogo em solo inglês, mas a contar para a Liga Europa, o West Ham entrou literalmente a perder, com um golo de Ansgar Knauff, extremo alemão do Borussia Dortmund emprestado ao Eintracht Frankfurt, no primeiro minuto. David Moyes, técnico dos ingleses, não disfarçou o choque, agravado pela bola caprichosamente devolvida pelo poste a remate de Jarrod Bowen, na mais flagrante oportunidade para emendar a mão.

Com Gonçalo Paciência no banco, os alemães acabariam por não suster a reacção dos “hammers”, que igualaram por Michail Antonio (21’). Nada que o japonês Daichi Kamada (54’) não solucionasse com o golo que repôs a vantagem para o Eintracht. Na outra meia-final, o RB Leipzig, também com o português André Silva fora do “onze” inicial (entrou aos 71’), teve que lidar com o Rangers, equipa que eliminou o Sp. Braga nos quartos-de-final. E os escoceses revelar-se-iam um osso duro de roer, cedendo apenas a cinco minutos dos 90’, num grande momento de Angeliño.

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