Chelsea recebeu “no colo” um bilhete para a final da Taça de Inglaterra

Apesar do sucesso, o Chelsea bem pode agradecer à eficácia dos seus craques e à falta de engenho dos adversários para desequilibrarem um jogo em que começaram por ser bastante mais perigosos.

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Reuters/DAVID KLEIN

A 14 de Maio haverá final da Taça de Inglaterra entre Liverpool e Chelsea. Esta é a conclusão que sai da segunda meia-final, jogada neste domingo em Wembley, que apurou os londrinos para o jogo decisivo da mítica prova britânica, onde já estava a equipa de Jürgen Klopp.

Com o triunfo (2-0) frente ao Crystal Palace, a equipa treinada por Thomas Tüchel garante que a prova inglesa vai ter a final que a maioria desejava, entre dois “tubarões” da Premier League e da Europa.

Apesar do sucesso, o Chelsea bem pode agradecer à eficácia dos seus craques e à falta de engenho dos adversários para desequilibrarem um jogo em que começaram por ser bastante mais perigosos.

Jogo fraco

Nos primeiros 45 minutos de futebol não houve propriamente 45 minutos de futebol – pelo menos de futebol digno desse nome. Numa total antítese do jogo de sábado entre Liverpool e Manchester City, esta partida foi desprovida de grandes motivos de interesse, com o Chelsea a dominar claramente em matéria territorial e de posse de bola, mas com um futebol quase sempre lento e parco em ideias.

Para contribuir para o marasmo, o Palace quis pouco ser inventivo com a bola, mas, quando a teve, até foi a equipa que esteve mais perto do golo: houve remate de Koyaté defendido por Mendy.

De resto, pouco há a contar. Provavelmente para desagrado de Gareth Southgate, seleccionador inglês presente na bancada, este dia de “observação” não foi dos melhores, já que os remates, os lances de perigo e as jogadas vistosas ficaram “fora de jogo”, e o intervalo não mudou esse cenário.

Os “blues” – que neste jogo se vestiram de “yellow” – continuaram a tentar rodar a bola de um lado ao outro, pacientemente à espera de um buraco que permitisse um passe vertical para dentro do denso bloco do Palace. Mas isso raramente apareceu.

O que apareceu foi novo lance de Kouyaté, aos 60’, que a meias entre a cabeça e o ombro rematou ligeiramente ao lado do poste, após um canto – talvez uma verdadeira cabeçada tivesse tido sucesso diferente.

Aos 65’, depois de mais de uma hora de jogo sem criar praticamente nada, o Chelsea chegou ao golo da única forma possível: com ajuda. O Palace perdeu a bola em zona proibida – algo raro neste jogo até então bastante “certinho” – e o lance, algo confuso, acabou com uma bola a “pingar” à entrada da área, perfeita para um remate “na passada” de Loftus-Cheek – e o disparo ainda teve nova “ajuda”, com um desvio em Andersen.

Felizmente para quem assistiu a este jogo, o golo do médio inglês (o primeiro pelo Chelsea desde 2019) desbloqueou a partida, obrigando o Palace a “fazer pela vida”. O jogo tornou-se mais aberto, rápido, intenso e fértil em transições e aos 76’ houve aproveitamento do balanço ofensivo do Palace para o Chelsea “matar” a partida. A igualdade numérica em zona ofensiva permitiu uma triangulação entre Werner e Mount, com o inglês a fazer uma recepção orientada que o deixou na cara do golo.

Logo a seguir, ficou claro por que motivo o Chelsea venceu este jogo. Para refrescar a equipa, Tüchel lançou Kanté, Ziyech e Lukaku e é esse luxo técnico que, comparado com o do Palace, que permitiu aproveitar a preceito o pouco que criou.

O certo é que o jogo foi difícil, o desempenho foi fraco e o perigo até surgiu mais do lado do adversário, mas o Chelsea, eficaz e letal, resolveu um problema que estava complicado. Agora vem o Liverpool e o nível terá, por certo, de ser outro.

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