Consórcio liderado pela Ricketts abandona corrida à compra do Chelsea

São agora três o interessados na aquisição do clube londrino, cuja venda foi desencadeada pela saída de Roman Abramovich.

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EPA/ANDY RAIN

O consórcio liderado pela família Ricketts, dona dos Chicago Cubs, anunciou nesta sexta-feira a retirada da corrida à compra do Chelsea, que procura um novo proprietário depois do afastamento de Roman Abramovich.

O prazo para a apresentação de propostas terminou na quinta-feira, depois de ter sido prolongado por alguns dias, sendo que a família Ricketts, em parceria com os bilionários Ken Griffin e Dan Gilbert, já tinha manifestado a intenção de apresentar uma oferta. Um cenário que acabou por mudar.

“O grupo Ricketts-Griffin-Gilbert decidiu, depois de cuidadosa ponderação, não apresentar uma proposta final para o Chelsea FC”, explica em comunicado. “No processo de finalização da proposta, tornou-se claro que algumas questões não poderiam ser resolvidas tendo em conta as dinâmicas invulgares em torno do processo de venda”.

Nas últimas semanas, tem sido pública a contestação do principal grupo de adeptos do Chelsea ao grupo encabeçado pela família Ricketts. Dezenas de apoiantes dos “blues”, de resto, concentraram-se às portas de Stamford Bridge antes do jogo com o Brentford e exibiram cartazes de protesto contra esta possível proposta.

Na base desta posição estão receios e acusações de islamofobia dirigidas a Joe Ricketts, patriarca da família, gerados pelo teor de alguns emails, que foram tornados públicos em 2019, em que se descrevia os muçulmanos como “inimigos”. Embora não tenha intervenção activa nos Cubs ou na candidatura à compra do Chelsea, gerou sempre desconfiança entre muitos adeptos (77%, segundo uma sondagem).

“De momento, é claro que os nossos membros não apoiam nem têm confiança na candidatura da família Ricketts. Isto é o reflexo de preocupações mais amplas manifestadas por uma forte base de apoio do clube”, expressaram os adeptos em comunicado. Ainda assim, segundo o jornal The Guardian, não terá sido a razão principal para a retirada da proposta do grupo norte-americano.

O conjunto de ofertas para a aquisição dos “blues” fica, assim, reduzido a três, sempre sob a supervisão do U.S. Bank Raine Group, que está a monitorizar o processo. Na prática, estão agora na corrida o grupo liderado pelo co-proprietário dos LA Dodgers, Todd Boehly, pelo antigo dono do Liverpool, Martin Broughton, e pelo co-proprietário dos Boston Celtics, Steve Pagliuca.

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