São Jorge: dois abalos sentidos pela população nas últimas 24 horas

Ambos foram sentidos pela população com intensidade III na escala de Mercalli Modificada.

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Desde o início da crise sismovulcânica em São Jorge, o sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter) ocorreu no dia 29 de Março Rui Pedro Soares

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) registou, nas últimas 24 horas, dois sismos sentidos pela população na ilha de São Jorge, onde ocorre desde 19 de Março uma crise sismovulcânica.

De acordo com um comunicado do CIVISA, para ponto da situação às 10h00 locais (11h00 em Lisboa), um dos abalos foi sentido às 22h21 de sábado e teve magnitude 2,2 na escala de Richter. O outro sentido foi às 04h43 deste domingo e teve magnitude 1,4 na escala de Richter. Ambos foram sentidos pela população com intensidade III na escala de Mercalli Modificada.

Desde o início da crise sismovulcânica, a 19 de Março, foram identificados, até ao momento, “cerca de 240 sismos sentidos pela população”, segundo o CIVISA. O CIVISA refere-se a uma actividade sísmica que se tem vindo a registar na parte central da ilha de São Jorge, num sector compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, “continua acima do normal”.

De acordo com a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos (3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excepcionais (9,0-9,9) e extremos (quando superior a 10).

A escala de Mercalli Modificada mede os “graus de intensidade e respectiva descrição” e, quando há uma intensidade III, considerada fraca, o abalo é “sentido dentro de casa” e “os objectos pendentes baloiçam”, sentindo-se uma “vibração semelhante à provocada pela passagem de veículos pesados”, descreve-se no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Desde o início da crise sismovulcânica em São Jorge, o sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter) ocorreu no dia 29 de Março, às 21h56. A ilha mantém o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.

A Protecção Civil dos Açores fez saber ontem que “manterá o seu estado de alerta, vigilância e prontidão” mesmo que se verifique uma redução acentuada no número e intensidade dos eventos sísmicos em São Jorge.

“O dispositivo que nós montámos é aquele que nós vamos manter”, afirmou o presidente do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), Eduardo Faria, em declarações aos jornalistas, na ilha de São Jorge.

Eduardo Faria lembrou que “os níveis de alerta são determinados pelo gabinete de crise” do CIVISA e “a partir desta indicação e da ameaça”, a Protecção Civil “reajusta-se” ou “mantém o dispositivo que está montando no terreno”.

“Portanto, será algo para nós analisarmos com os dias e sempre com o aconselhamento do saber científico que tem sido muito importante para agilizarmos e tomarmos as acções devidas em termos de protecção das populações”, sublinhou o responsável.

Eduardo Faria reiterou o apelo à população para que mantenha as medidas de vigilância e autoprotecção, apesar da diminuição significativa da frequência diária de sismos.

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