Apoio ao desporto caiu 11,1% em 2020

Fora de indicadores económicos, os efeitos da pandemia nos números de 2020 notam-se também no número de praticantes inscritos em federações desportivas, que baixou 14,7%, para 587.812.

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Diogo Ventura

Em 2020, a pandemia de covid-19 levou a uma diminuição dos apoios à alta competição e a eventos internacionais, o que baixou o valor total dotado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) às federações desportivas, indica nesta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Apesar de um aumento no apoio às actividades desportivas, que ocupa 53,5% do total do financiamento, a queda noutros factores levou a uma redução de 11,1% do apoio em relação a 2019, para um total de 40,8 milhões de euros.

O sector desportivo em Portugal registou ainda um decréscimo de 17,6% no volume de negócios em 2020, em relação ao ano anterior, para um total de 1,7 mil milhões de euros. Os números de 2020 indicam uma redução de 17,6% no volume de negócios num ano marcado pela pandemia de covid-19, depois de em 2019 ter gerado acima de 2,1 mil milhões de euros, com o valor acrescentado bruto (VAB) a diminuir 31,1%.

O número de empresas registadas no sector desportivo até cresceu em relação a 2019, em 1%, com a produtividade aparente do trabalho, de 18,8 mil euros, abaixo do sector não financeiro, de 23,2 mil.

Estes valores constam do relatório “Desporto em números - 2021” publicado pelo INE, com dados preliminares do último ano a darem conta de uma balança comercial com saldo positivo nos bens desportivos, de 205,6 milhões de euros, mais do dobro do que em 2020.

Em 2021, em relação ao ano anterior, as exportações cresceram 25,3%, para um total de 536,7 milhões, e as importações contraíram 1,7%, para 331,1 milhões, resultando num saldo positivo de 205,6 milhões de euros na balança comercial de bens desportivos.

Destacado no “peso” da balança comercial está a venda de bicicletas, cuja exportação atingiu os 308,1 milhões de euros, contra 31,1 milhões de euros de volume transaccionado por importações, com o maior défice nos bens de ginástica e equipamento de natação.

Os dados provisórios do ano transacto notam ainda um ligeiro aumento na remuneração mensal média por trabalhador face a 2020, sobretudo nos clubes desportivos, com as remunerações mais baixas encontradas no ensino desportivo e recreativo.

Menos atletas

Também as Câmaras Municipais afectaram 301 milhões de euros a actividades e equipamentos desportivos, 6% abaixo de 2019, com uma despesa média por habitante de 29,2 euros, encontrando-se os valores mais altos no Algarve (57,3 euros) e Alentejo (42,9), por contraste com a Madeira (9,9 euros) e a Área Metropolitana de Lisboa (19,3).

Fora de indicadores económicos, os efeitos da pandemia nos números de 2020 notam-se também no número de praticantes inscritos em federações desportivas, que baixou 14,7% para 587.812.

O futebol regista o maior número de praticantes, quase um terço do total, com 32,5%, e nesta modalidade 94,1% são homens, com o voleibol (9,1%), o andebol (7,7%) e o basquetebol (4,7%) como seguintes na tabela das mais populosas.

Se os homens têm números esmagadores no futebol, no voleibol as mulheres estão em maioria, com 54,9%, e na ginástica compõem 87,4% dos federados. Estavam registados 791 praticantes de alto rendimento, 62,1% dos quais homens.

O ano lectivo de 2020/21 contava com mais alunos inscritos em áreas desportivas no ensino superior, com um aumento de 5,5% em relação ao ano lectivo anterior, para um universo estudantil de 10.336 pessoas.

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