Nuno Melo pede reforma das Nações Unidas

Nuno Melo anuncia que vai propor no Parlamento Europeu que os Estados-membros disponibilizem meios para que os professores ucranianos refugiados na União União Europeia ensinem a língua-mãe aos crianças ucranianas que tiveram de fugir.

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Nuno Melo é o novo presidente do CDS José Sérgio

O presidente do CDS, Nuno Melo, defende uma reforma das Nações Unidas, ao afirmar que o “mundo global precisa urgentemente de uma reforma”, no discurso de encerramento do 29.º Congresso do CDS, em Guimarães. “Não é possível que um membro possa invadir, destruir e matar” e depois “votar contra” a condenação desse acto, afirmou, numa clara defesa de que a Rússia deve perder o directo de veto no Conselho de Segurança da ONU.

Fazendo questão de começar o seu discurso por uma saudação à embaixadora da Ucrânia, presente na sala, e à “coragem” do povo ucraniano, Nuno Melo acusou Vladimir Putin de recorrer a “métodos bárbaros” e condenou categoricamente a invasão da Ucrânia pela Rússia.

De seguida saudou o apoio dos Estados Unidos ao Estado ucraniano e tirou outras “lições”, da “guerra no continente europeu”.

A primeira é que “a condição da paz é ter uma defesa sólida”, afirmou, defendendo que “uma das razões por que Putin atacou” foi a de saber a “fragilidade da Europa”. E garantiu: “O CDS é pela paz, mas nunca alinhou nos erros de certos pacifistas que não têm os pés na terra.”

Defendeu de seguida o reforço da NATO e o “vínculo transatlântico”, questionando: “Onde estaria a Europa neste momento sem o vínculo defensivo com os EUA.”

Anunciou ainda que vai propor no Parlamento Europeu, onde é deputado, uma resposta para o problema dos “milhares de crianças” e de professores que são refugiados da Ucrânia. “Que sejam dadas condições aos professores ucranianos para que possam ensinar crianças do seu país em instalações facultadas nos países de acolhimento”, revelou. Isto para que não deixei de falar a sua língua-mãe.

Críticas ao Governo

Abordando as questões nacionais, Nuno Melo fez duras críticas ao Governo socialista e não poupou o primeiro-ministro, António Costa. “Não sabemos das ambições do primeiro-ministro, que tem os olhos no Terreiro do Paço e coração em Bruxelas, a acreditar no Presidente da República - que tem boas fontes – e se assim for, teremos eleições antecipadas”, disse para sublinhar que “não é a mesma coisa ter António Costa ou Fernando Medina, como na Câmara de Lisboa em que passou a Medina”.

“Nós somos pela estabilidade dos mandatos, se tivermos eleições legislativas antecipadas, o CDS estará preparado e nesse dia, o CDS voltará à Assembleia da República. Nós não nos conformamos com a parcela de pessoas que representamos não ter, hoje, uma voz na Assembleia da República. Causa-nos angústia”, afirmou.

Puxando pelo partido e dizendo que o caminho não passa por “deprimir”, o recém-eleito líder do CDS deixou a garantia que o partido voltará ao Parlamento. “Voltaremos lá porque o CDS faz falta a Portugal e o que importa é que o CDS não morreu para a democracia em Janeiro de 2022”, disse, reconhecendo embora que vai ser preciso superar vários obstáculos.

“Nunca demos má conta de nós em todas as funções que fomos desempenhando. Nós estamos cá, para sermos mais fortes e para fazer oposição eficaz ao Governo, ” declarou.

Nuno Melo referiu-se à maioria absoluta que o PS teve nas eleições legislativas de 30 de Janeiro, para dizer que “não é pouco se pensarmos no trajecto de 2015”.

Embalado pelos aplausos, o líder democrata-cristão aproveitou para dissertar sobre o anterior executivo de António Costa. “Desde 2015, que o Governo concertou com todos os extremismos e agora acabou por metê-los no bolso; desde 2015, o Governo estimulou conflitos estatizou empresas, dividiu-nos enquanto sociedade e dessa divisão conquistou uma maioria absoluta”, apontou.

“O PS teve uma maioria absoluta apesar de uma gestão negligente da pandemia, com dogmas sobre o Serviço Nacional de Saúde, que eu sublinho de muito bom”. Aproveitou, então, para dizer que aos profissionais de saúde “falta quase tudo”. “A quem está doente pouco importa se é do público, do privado ou do social. É tão ridículo ver a esquerda a apoucar o privado”, criticou, rematando: “Nós acreditamos na complementaridade entre todos os sistemas.”

Depois da saúde, falou de educação e também para disparar contra o anterior Governo socialista, afirmando que “atacou o sector privado da educação”. “Praticamente mataram a democratização do ensino e o resultado é que as escolas privadas são apenas para que tem dinheiro”.

Na sessão de encerramento do 29.º congresso do partido, Nuno Melo anunciou que a primeira iniciativa que vai tomar como presidente do CDS é realizar uma conferência, através do grupo programático, para a economia e finanças, com alguns dos “grandes talentos da inflação”.

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