Directora de infecciologia do hospital D. Estefânia demite-se após ser acusada de assédio moral e laboral
O Conselho de Administração intimou a infecciologista que acedeu demitir-se. Denúncias partiram de vários profissionais do hospital pediátrico.
Maria João Brito tornou-se uma figura mediática devido à sua presença regular nos noticiários televisivos durante a pandemia. Ao que o PÚBLICO apurou, a directora do serviço de infecciologia do Hospital Dona Estefânia foi intimada a demitir-se pelo Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC). A alternativa passaria por ser demitida.
Este desfecho foi o culminar de um processo de inquérito interno aberto na sequência de várias queixas apresentadas contra a médica por outros profissionais do D. Estefânia. “Assédio laboral e moral” são duas das acusações apresentadas, segundo relatou a SIC. Vários profissionais terão abandonado mesmo o hospital por já lhes ser “insuportável” continuar a trabalhar com Maria João Brito.
Segundo a SIC, a primeira denúncia partiu de um alargado grupo de enfermeiros com quem Maria João Brito trabalhava directamente e que relatavam casos de bullying moral e laboral. Nesta carta enviada ao Conselho de Administração os profissionais referiam que estavam dispostos a partir para uma acção na justiça caso não houvesse uma tomada de posição por parte do CHULC perante uma situação que já existia antes da pandemia. Ao que revela a SIC, após a abertura do inquérito interno apareceram outros profissionais com mais queixas do mesmo teor.
A notícia da demissão de Maria João Brito tinha sido avançada esta quarta-feira pelo Expresso. Ao semanário, a médica disse que saía por “decisão pessoal” e que essa opção se devia “à forma como hoje se gerem as pessoas no Serviço Nacional de Saúde”. Não referiu em algum momento o caso do inquérito interno.
O CHULC não comenta a situação. O PÚBLICO tentou contactar Maria João Brito mas ainda não foi possível chegar à fala com a médica.