A Europa: do bom uso dos inimigos

O mundo do pós-Guerra Fria desapareceu. Está hoje em curso um “choque de sistemas”, entre dois modelos de ordem mundial, um liderado pela China, outro pelos Estados Unidos.

O que hoje se passa na Europa foi explicado em 1988 pelo russo Georgui Arbatov. Disse, numa viagem aos Estados Unidos, a propósito do fim da Guerra Fria: “Nós vamos fazer-vos uma coisa terrível. Vamos privar-vos do inimigo.” Arbatov era um alto funcionário soviético que foi conselheiro dos líderes do Partido Comunista, de Nikita Krustchov a Mikhail Gorbatchov. A sabedoria do dito de Arbatov só hoje pode ser avaliada. A agressão russa na Ucrânia produziu um inesperado efeito: restabeleceu a coesão atlântica e a Europa decidiu assumir a sua defesa. Também a ameaça chinesa assusta países do Indo-Pacífico, o que os faz aproximar dos Estados Unidos.

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O que hoje se passa na Europa foi explicado em 1988 pelo russo Georgui Arbatov. Disse, numa viagem aos Estados Unidos, a propósito do fim da Guerra Fria: “Nós vamos fazer-vos uma coisa terrível. Vamos privar-vos do inimigo.” Arbatov era um alto funcionário soviético que foi conselheiro dos líderes do Partido Comunista, de Nikita Krustchov a Mikhail Gorbatchov. A sabedoria do dito de Arbatov só hoje pode ser avaliada. A agressão russa na Ucrânia produziu um inesperado efeito: restabeleceu a coesão atlântica e a Europa decidiu assumir a sua defesa. Também a ameaça chinesa assusta países do Indo-Pacífico, o que os faz aproximar dos Estados Unidos.