Câmara de Lisboa apresenta na próxima semana decisão sobre Avenida Almirante Reis

O processo de participação pública termina nesta quarta-feira, com mais uma sessão sobre o futuro da Avenida Almirante Reis, promovida pela Câmara de Lisboa, em conjunto com a Junta de Freguesia de Arroios, que decorrerá pelas 21h00, no Fórum Lisboa.

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Nuno Ferreira Santos

A Câmara de Lisboa disse nesta terça-feira que o processo de participação pública sobre a Avenida Almirante Reis termina esta quarta-feira, com mais uma sessão para ouvir os munícipes, e as propostas do executivo serão apresentadas na próxima semana.

“Infelizmente, não posso hoje responder a todas as questões relativamente à solução ou às soluções que irão ser apresentadas muito em breve pelo senhor presidente da câmara”, afirmou o vereador do Planeamento de Mobilidade, Ângelo Pereira (PSD), numa audição na 8.ª Comissão Permanente de Mobilidade, Transportes e Segurança da Assembleia Municipal de Lisboa, no âmbito da petição “Avenida Almirante Reis pela manutenção da ciclovia e um processo participado sobre o futuro”.

Escusando-se a responder a questões específicas dos deputados municipais sobre as propostas do executivo camarário para intervir na Avenida Almirante Reis, Ângelo Pereira realçou duas ideias defendidas na petição sobre o tema, nomeadamente “oferecer uma rua segura para toda a gente e atraente e confortável para os modos activos” e “aumentar a qualidade de quem vive, estuda ou trabalha” nesta artéria da cidade de Lisboa.

O vereador do Planeamento de Mobilidade indicou que a visão da liderança PSD/CDS-PP, que governa a cidade sem maioria absoluta, é de “olhar de forma mais abrangente a Almirante Reis e não só a questão da ciclovia”.

“O objectivo principal desta câmara municipal é requalificar todo o eixo, de fachada a fachada, da Almirante Reis”, apontou o autarca do PSD, referindo que a avenida “é uma das principais vias na cidade, mas não está à altura da capital do país, não está à altura da cidade de Lisboa, não tem a nobreza que têm outras vias estruturantes na cidade, e o objectivo é torná-la uma via nobre”.

Seis meses após a tomada de posse do actual executivo camarário, presidido por Carlos Moedas (PSD), o processo sobre o futuro da Avenida Almirante Reis continua em aberto e a informação disponível, para já, é de que vão existir duas soluções, uma de curto prazo e outra de longo prazo, que serão apresentadas na próxima semana pelo presidente da câmara.

O vereador Ângelo Pereira explicou que o processo de participação pública termina nesta quarta-feira, com mais uma sessão sobre o futuro da Avenida Almirante Reis, promovida pela Câmara de Lisboa, em conjunto com a Junta de Freguesia de Arroios, que decorrerá pelas 21h00, no Fórum Lisboa, sendo necessária inscrição obrigatória através do endereço de correio electrónico avenidaalmirantereis@jfarroios.pt.

“A Avenida Almirante Reis vai mudar” é mote da sessão, em que “irá ser dada a oportunidade, mais uma vez, à população para se pronunciar e irão ser apresentados alguns dados sobre a poluição do ar, do estacionamento e do conceito de rede ciclável”, indicou o autarca, em resposta aos deputados municipais.

Ainda segundo Ângelo Pereira, o trabalho de preparação de uma proposta de “requalificação total da Almirante Reis” continua em curso, com “uma forte aposta” na participação dos munícipes de Lisboa, principalmente os que residem na zona, estando a ser privilegiadas as questões relacionadas com a vivência da artéria, além do tema da mobilidade.

A ideia do executivo, salientou, é encontrar “uma solução que engrandeça” a avenida.

“Termos uma Almirante Reis onde seja privilegiado o estar, o viver, a vivência desta avenida estruturante na cidade, onde iremos tentar compatibilizar os vários meios de transporte da cidade e o pedonal também, com mais qualidade”, acrescentou o vereador do Planeamento de Mobilidade.

Questionado pelos deputados municipais sobre os estudos pedidos ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), o autarca do PSD lembrou que se realizaram várias reuniões técnicas ao longo do processo e revelou que o LNEC enviou na semana passada a sua proposta sobre a Almirante Reis e o orçamento da mesma, informação que está a ser analisada pelos serviços da câmara.

“Por hoje é tudo, amanhã [quarta-feira] e para a semana teremos novidades”, concluiu Ângelo Pereira, sem adiantar mais pormenores.

Perante a informação prestada pelo vereador sobre o que se pretende fazer na Avenida Almirante Reis, a deputada municipal do BE Isabel Pires contestou a falta de esclarecimentos, enquanto o deputado municipal do PS Hugo Gaspar frisou que “não houve resposta a nenhuma das questões colocadas”.

“Não podem querer as respostas quando ainda estão a ser ouvidas as pessoas”, respondeu o social-democrata Luís Newton.

Ainda do grupo municipal do PS, Miguel Coelho, que é presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, considerou que existe “um enorme embaraço para o PSD”, que assumiu o compromisso de acabar com a ciclovia da Almirante Reis, “que porventura foi decisivo para ganhar as eleições”, mas que “agora não quer ou não pode cumprir”, porque há quem seja contra.

No programa eleitoral da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), encabeçada por Carlos Moedas, às autárquicas de Setembro de 2021, um dos compromissos assumidos foi o de redesenhar a rede ciclável de Lisboa “com enfoque na segurança, no conforto e na funcionalidade para os ciclistas e os peões, eliminando ciclovias com problemas, como seja a da Almirante Reis, e desenhando-se alternativas viáveis”.

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