Relações diplomáticas de Portugal com a Rússia não se alteraram

Representação portuguesa em Kiev continua a trabalhar, dedicada a operações de apoio aos cerca de 200 portugueses, na sua maioria luso-ucranianos, que permanecem no país, mas embaixador está relocalizado em Varsóvia, na Polónia.

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A embaixada de Portugal na Rússia continua a funcionar normalmente ADRIANO MIRANDA / PUBLICO

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Apesar das posições de condenação à invasão da Ucrânia assumidas por Portugal nos contextos bilaterais e mutilaterais (União Europeia, Nações Unidas), as relações diplomáticas com a Federação Russa não se alteraram em termos institucionais. A embaixada de Portugal em Moscovo continua a trabalhar com quatro diplomatas e não houve retirada de funcionários, ao contrário do que fizeram outros países, como o Reino Unido e os Estados Unidos, mesmo antes do início da guerra.

A informação foi confirmada pelo PÚBLICO junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), que adianta também que a embaixada da Federação Russa em Portugal continua em funcionamento.

Já o embaixador de Portugal na Ucrânia foi relocalizado, logo nos primeiros dias do conflito, em Varsóvia, na Polónia, dirigindo à distância a representação diplomática em Kiev, que permanece a trabalhar, com três funcionários em Kiev, dedicando-se às operações de apoio aos cidadãos nacionais na Ucrânia.

Quase duas semanas depois da invasão da Ucrânia, dos cerca de 240 portugueses que ali viviam ainda permanecem cerca de duas centenas. São pessoas que têm, na sua maioria, dupla nacionalidade, pelo que muitos estão abrangidos pela lei marcial em vigor no país, que impede os cidadãos ucranianos adultos (dos 18 aos 60 anos) e do sexo masculino de saírem do país.

Os restantes 40 saíram nos primeiros dias após a invasão por via rodoviária ou ferroviária até países vizinhos e a partir daí por via aérea. A 1 de Março, a embaixada recomendou a todos os cidadãos portugueses que ainda se encontravam na Ucrânia que se juntassem ao comboio automóvel da ONU que iria sair no dia seguinte de Kiev, pois poderia ser “a última oportunidade para sair da cidade”.